terça-feira, 29 de dezembro de 2009

London - Last Day =(


(foto classica)
Com poucas libras no bolso, e sabendo que era o ultimo dia, nem fomos em locais cheios de coisas legais pra se comprar.
Nos detemos em ir ao St.James Park, perto da casa da tia Beth...
Bah! Poucos metros e os esquilinhos modelos vieram em suas aparicoes pedinchas por comida! Mas uns amores...
Alem disso tinhas patos, pombas, e outros penosos bem simpaticos lah.

Andamos, ganhamos coisas saudaveis pra dar pros os esquilinhos, pra que eles subissem nas nossas pernas,,,, que por sinal quando comecaram, adoraram a ideia...
Quase levamos pra casa!
Depois disso, foi um tchau e ateh a proxima!

London - 5th - Troca de Guarda/ Cimiterio


O bom eh que na ultima noite a gente dormiu num hotel, muito meia boca por sinal, mas era perto da casa da tia Beth, siiiim, dai a gente foi ver a troca do "CCTV humana" dela, depois ela chamou uma banda pra fazer cover de ABBA, Michael Jackson e outros no final.
Ela eh bem popular lah, ateh fiquei sabendo que os cisnes de toda Inglaterra sao dela... tia Beth eh foda!


Mudando um pouco de assunto... Fomos visitar um cimiterio, sim, isso mesmo. A UNICA atracao paga, 2 libras cada, mais 1 pro mapa. Eu resumiria em 2 palavras: sinistro, mas lindo! E mesmo! No meio das arvores, tumulos velhos, flores, natureza crescendo... parecia cenario de filme. Eu diria pra nao deixar de visitar! (Soh curte quem tah enterrado lah...)

Ok. Pos cimiterio, mais umas voltinhas e tchau tchau Pri... ateh a Proxima!!! Afinal depois de um reencontro de bons amigos, sempre fica a deixa pra outra vez!
Mas dae ela que venha! Hhahahahahahahah, capaz, nos amamos Londres, e queremos voltar (com mais ££££)para fazer as atracoes de gente chic! heheheh Porque para a tristeza de muitos, nao sei porque, a gente nao foi nos boneco de cera (Madame Tussauds), nem o na roda gigante (London Eye), anyway Dublin eh tri e Porto tambem, e a Ryanair eh o nosso Caxiense com asas!

London - 4th - British Museum


Tah, esse museu eh o museu de varias coisas roubadas do mundo todo. Ele eh muito legal mesmo tambem, voce ve aquilo que ouviu falar, ou nao, porque estava dormindo, na aula.
Mas confesso que chega um ponto em que ver cabeca cabeca cabeca, vaso vaso vaso, arma arma arma, joias joias joias, que o que muda eh soh a nacionalidade, comeca a ficar cansativo, e a kilometragem percorrida lah, eh digna de ser chamada de peregrinacao tal qual Caravaggio ou Santiago de Compostela, mas enfim, legal mesmo.
Depois fomos tirar uma fotos na frente do Bigbang... underground, etc.
Classico nao?!

London - 3th - Museu de ciencias e historia natural.


Gracas a mim, que conseguiu de novo colocar PM, em vez de AM no celular, em vez de acordar 8:30 como queriamos, por acaso me acordei 10:30... mas saimos igual.
Sobre o museu, diria, ver tudo com calma em meio dia, nao rola, eh muito grande e bem legal. Se bem que ver tudo num dia soh, pode ficar chato. (na foto eh um dente...)
Fomos toma uminha num pub e fomos dar uma caminhada, passando por um pessoal que estava protestando pacificamante, juntamente com um urso polar de gelo para mostrar sobre aquecimento global, embora se for ver, com o frio que estava talvez ainda esteja lah...

London - 2sd day - The Queen's Walk


Acordamos muito tarde... perdemos o dia bem dizer, mas ambos queriamos descansar... entao foi bom!
Mas depois de muita enrolacao fomos fazer A CAMINHADA DA RAINHA, beirando o Tamisa...
Lah, encontramos muitas coisas legais que quando eu estiver de volta mostrando todas as fotos eu conto... ateh vimos um puquinho de uma missa em prol da crise mundial...
Quase terminando, cruzamos por uma gravacao de um comercial pra promover o filme de Bollywood, que pra quem nao sabe, eh a industria cinematografica da India... eu diria interessante e ponto. Mas vendo, foi um mix de sentimentos muito tri.

London - 1ft day Jeferson and me.


Acordei quase tarde pra pegarmos o Jeferson, mas deu certo...
Depois de deixar as coisas em casa e bla bla bla, fomos pra Camden, o berco do punk rock, local legal pra fazer comprar de coisas menos convencionais. Muito legal.
O Jeferson comeu um kebab e eu e a Pri, ficamos nas massas.
Depois disso, ela foi trabalhar, eu o ele fomos dar umas voltas e tomei o cafeh mais caro que jah havia tomado, mas enfim,,,
Valeu, pois depois disse vimos um espetaculo chamada STOMP... muito boooom! Procure o video no youtube!
E dai fomos pra um pub bem rock and roll, o qual puda matar as saudades!
Dai pra casa, e descansar!

Dublin - London


Vou tentar resumir cada dia ok? Eh dificil pra eu fazer isso...
Bem, acordei cedo conferi as coisas, fiz um lanchinho pra viagem e fui...
Cheguei cedo demais no aeroporto... mas tudo bem.
Estava felizona, mas na hore de embarcar elas resolveram ser chatas e querer complicar com a bolsa de mao. Pra resumir, tive de socar tudo na malinha e um pouco nos bolsos...
Viagem de boa. Vim praticando ingles com um tiozinho.
Do aeroporto de Stansted ateh Londres deu mais de 1:30h mas cheguei.
Encontrei a Pri, comprei o Oyster, cartao de bus.
Deixei minhas coisas em casa, e jah voltei com Pri pro centro, enquanto ela trabalhava dei umas bandas.
Chegando em casa, banho e dormir...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

550 no quarto dia... e GAME OVER!

Na verdade foi menos, mas o cara marcou isso, ainda bem!
Das 1:45 ateh as 5:45 deu 510 aprox...
Eu tenho uma coisa a dizer: isso doi! Meus pes doem, na verdade soh o direito. As pernas e todo resto acostumou, mas o o peh direito doi. Mas acho que vai dar uns 100 euros... nao eh muito mas ajuda neh!!!

Arrisquei ontem denovo pedir um banheiro, e claro que eu consegui!!!
Depois na volta, arrisquei uma carona... heheheh e consegui! HAHAHAHAH
Sim, eu sei "nao eh arriscado??????" Olha, normalmente quem oferece sem pedir eh que pode ser, ou quem estah pedindo!!! Neste caso, eu estava pedindo. Entao eu era o risco!!!

O cara, tinha pinta de 50 daqueles que trabalham em escritorio. Nao tinha cara de mal intencionado, pra variar, perguntam sempre se a gente que eh brasileiro estranha o frio, e eu respondo que moro no sul e blablabla...

OK, Na ida, um vovo comecou a puxar papo conosco, e claro que nao perdi a chance de dar uma praticada no ingles... ele ateh contou piada e a gente entendeu \o/

So... Hoje eu nao fui nao porque era impossivel, e alem do mais o tempo tava feio hoje, choveu e chuva de molhar mesmo.

Bem. Eh isto amigos, estou indo pra London amanha, e espero que o piloto seja britanico e nao atraze se eu estiver lah, e que seja brasileiro se me atrazar!!! heheheh

So abrindo um ()s: PELE, sim o "rei" estava em Dublin, deem uma olhada nas fotos do site da escola! Dio Santo!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

450 no terceiro!


Sim, 450/450! U-HU!
Comecamos a 1:30pm, e paramos ali por 5h.
Nao aconteceu nada de muito emocionante hoje.
Choveu. Molhei as minhas meias, e por conseguinte meus pes.
Uma mulher olhou pra mim e disse pra nao colocar, e eu disse, aaa nao tinha nada escrito.
Usei a tecnica "Se seu vizinho diz que nao quer, voce quer dois"...
Entandam como quiserem.
Achei 2 euros no chao no meio de um cascalho coloridinho de uma casa.
Minhas maos doem, ainda.
Dei susto em duas pessoas sem querer.
Tomei susto com um cachorro, que suponho que comeu literalmente todas pizza hut.
Nao guanhamos refri, mas enrtregamos mais perto.
Tive que ver dois irlandesinhos mal-educados pedirem um pizza, e enquanto esperavam pegaram os trekinho que ketchup e foram lah fora e ficaram estourando e pisoteando...
Na volta, tentei parar o bus aos berros e abanando bracos, maos, pes, pernas, pizza, cabeca e tudo isso com um casado vermelho tomate... mas ele nao parou soh por causa de 5 metros, ou menos. FDP!!!
Perdi por 5 min o onibus que ia pra casa, e tive que esperar 20, pq nao ia a pe.
Bati com a pizza sem querer na cabeca de um cara na hora que fui descer.
E que eu lembre foi soh...
Falei com pais no skype, e pude ficar muito feliz com a evolucao deles usando a internet!!!

(Os caes sao barulhentinhos como a Luna, mas nao tao meigos... e esses sao meus pais, que nao colocam que nao querem panfletos, propagandas ou coisa assim na caixinha do cerreio porque sabe que tem umas ElenS da vida que precisam entregar essas merda e assim fica bem mais facil)

Pra ter mais dindin... Um segundo...


...dia de trabalho... hehehehe
Bem, na sexta fomos denovo, Renata, Diogo e eu... chegamos lah, ele nos deu 600 cada, a gente sabia que nao ia conseguir, mas tudo bem... nos mostrou o local: defino: longe, casa dos pais da Fiona do Sherk!
Ele falou para comprarmos um mapa no posto de gasolina que tem ao lado, compramos.
Saindo do estabelecimento, podemos perceber que nao sabiamos exatamente onde ir, quando uma simpatica senhora em seu carro, perguntou se queriamos ajuda, sim! Disse eu acompanhada de outros sim com a cabeca. Ela olhou, olhou, falou algumas coisas em ingles, que entendi um pouco, outro pouco nao, outro pouco que nao entendi alguem entendeu, e assim foi... ateh que suspeitei que ela ofereceu carona. Eu olhei para o carro e disse: "Really?!" E ela disse, "Yes!" e eu disse: "For all of us" (nao sei se tah certo isso...) mas ela disse, "Yes"... e eu disse "ooo, Thank you!" e depois repeti isso mais algumas vezes no carro.
Sim. Ela deu carona. Deixou nos pertinho do lugar, na verdade na entrada. Comecamos!
Mas em 3 ficava dificil, podiamos repetir casas etc... nos dividimos um pouco, ateh que numa dessas eu me separei de mais, no fim decidi ir para outro lado da rua... e ai sim, rendeu...
Parei pra comer bergamota. Dai queria fazer xixi, entao quando vi um carro chegando numa casa, olhei com cara de cachorro triste e pedi pra usar o banheiro. Deu certo.
Mas nao deixei nada na casa... =( - estava escrito, como em varias: "No junk mail".
Continuei. Fui deixar numa casa, e quando olho pra porta, as chaves, do lado de fora... pensei... e bati. Falei qualquer coisa que podia ser perigoso, mas o rapaz paraceu me olhar com uma cara de despreocupacao, que aposto que quando ele entrou disse: "oooo gente, vamos tentar nao esqucer a chave DENOVO, pra fora! Numa dessas O CHAVEIRO MOLHA E FICA ESTRAGADO NEH!!!"
Enfim.
Comecou escurecer e nao nao sabia mais onde jah tinha ido. Entao pensei em voltar. Demorei mas achei a saida. Mas nao achava a Re e o Diogo. Depois de mais de 20 minutos, de onibus errado e espera, volta, vai fica, liga, msg, etc...
E pra voltar, que bus pegar, que lado ir...
Pra encurtar caso, caminhamos uma meia hora, chagamos lah... o triste, eles soh deixaram 300, eu fiz 380, com ajuda de uma casa abandonada onde ficau uns 20... hhihihihi
No fim, pizza, refri, e axei mais uma luva, pois havia axado outra na ida.
Bem. Eh isto.
Vida de pobre na Irlanda eh assim!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A primeira experiencia!!!

Estou na aula... ouvindo o professor, derepente meu colega fala: "Fui trabalhar ontem (risinhos)no Pizza Hut..." e eu, "Eh, que bom, me conta...", "No intervalo te falo..."

...intervalo...

"Entao... me fala!"
"Meu amigo disse que precisava de gente pra entregar panfleto de casa em casa, e eu fui, ganha 35 euros cada 600, uma pizza e um refri..."
"Bah, que bom... quero ir tambem..."
"...entao... olha soh, pode ir lah, eles tao precisando..."
vonversa vai conversa vem, a aula volta...

...final da aula...

Faco uma ligacao, ouco explicacoes, converso mais um pouco.
Volto pra casa, ligo pc enquanto a comida esquenta, enquanto como procuro no google maps onde eh, axei! termino de comer, me mando.
Primeiro eu ia deixar minha bike no centro e pegar o bus, mas assim q comecei ir, mudei de ideia a achei q devia ir de bike.
Fui indo, pedi informacoes pra umas 3 pessoas. Achei um pizza hut, mas nao era aquele.
Segui mas um pouco... nao estava achando o caminho. Mais informacoes e eu erro o caminha, informacoes, achei o caminho. Mas acho que estou errada. Volto. Informacoes. Ligo pra brasileiro que trabalha lah. Estava certa.
Achei. Entrei. O cara nao tava. Pensei, merda. O funcionario, disse que me daria as coisas... ufa.
Peguei 450. Era umas 14:30, ele me deu umas areas. Fui...
Entreguei, nao sei se em todas casas, pode ser que duas vezes na mesma, pq sao todas iguais... parei pra comer.
Retornei. Entreguei mais e mais... acabou a area, fui pra outra.
Enquanto estava entregando, passou um motoqueiro, o tal brasileiro, disse que akela area ela de outra pizza hut (a dele) e se eu entregasse lah, "roubava" as teles dele... mas disse que tudo bem, mas eu fui pra aerea certa depois... pedi info pra uma tia, ela ateh me levou ateh o local!
Entreguei mais um pouco. Jah tava com fome, e escuro. Voltei. Sobrou 77 panfletos, sem jogar fora nada (sim, algumas casa foram brindadas com 2 panfletos, mas nao muitas, nem 15), no fim ele pos como se eu tivesse entregada 400, ganhei uma pizza media e um pepsi. Recebi? Ainda nao, e espero que sim... mas soh no final da semana que vem... creio q tudo certo...

Eh puxado, olha fiquei na rua aprox. das 14:30 ateh as 18h, era 18:30h quando cheguei lah. Entao dah em media 100/h, assim 5.8o euros por hora... no Brasil eu ganhava em media 2.50 euros (ou R$7.50 hora, meia de $$$ e meio vale alim.), enfim, ainda nao eh muito, mas ajuda pra caramba, melhor que nao fazer nada...

Enfim, eh um "bico" que pode me render em torno de 100 euros em 5 dias! tah blza neh!!!??? =)

Traditional Gaelic Blessing

May the road rise to meet you,

May the wind be always at your back.

May the sun shine warm upon your face,

The rains fall soft upon your fields.

And until we meet again,

May God hold you in the palm of his hand.

May God be with you and bless you:

May you see your children's children.

May you be poor in misfortune,

Rich in blessings.

May you know nothing but happiness

From this day forward.

May the road rise up to meet you

May the wind be always at your back

May the warm rays of sun fall upon your home

And may the hand of a friend always be near.

May green be the grass you walk on,

May blue be the skies above you,

May pure be the joys that surround you,

May true be the hearts that love you.

O PORTO (Uma pequena grande história de porque tudo isso...)

A tomada de uma decisão que faz-se equivalente a um divisor de águas em nossas vidas, pode trazer-nos muitas expectativas as quais nem sempre se realizam... No meu caso, decidi ter a experiência de ir para Irlanda, Dublin, num pais que fala-se outro idioma (o inglês), o qual, por sinal sei muito pouco. Bem, acho melhor começar desde de o começo...
Em meados de 2008, acho que foi final de Abril, um amigo de Jéferson, meu namorado, foi até a casa dele e o convidou para ir com a banda deles a Portugal. A idéia era ficar 6 meses, estudando e fazendo alguns shows pela Europa. Meu namorado já havia pensado nisso na sua adolescência, mas ainda não tinha parado e verificado a real chance.
Já eu, tinha o sonho, de até meus 22 anos, passar um tempo fora do Brasil. De início queria Cuba, depois Espanha, depois México, mas realmente não tinha pensado em Portugal. Pois bem, ele ficou pensativo. Como seria? Os dois longe? Eu me importaria? Foi aí que eu disse “e eu não posso ir junto?” e aí ambos tivemos a surpresa feliz, além de irmos “namorando”, tínhamos ganhado um parceiro de viagem...
Fomos então ver como funcionava irmos pela UCS... para qualquer país que não fale-se português, teríamos que fazer uma prova de proficiência e atingir um resultado muito bom... nem tentamos, seria perda de tempo... Então vamos lá! Portugal... E aí a primeira chateação: para o 2º semestre de 2008, não havia mais tempo. Desistir? Não! Eles apenas teriam que arrumar outro baixista para ir com a banda... Acho que no fim, só foi mesmo o cara que convidou...
Depois disso, surgiu outro plano, ir com banda dele, mas não no 1º semestre de 2009, no 2º, para banda se preparar... Eles teriam 1 ano e 4 meses para isto... E para onde iríamos? Bragança, uma cidade no Norte de Portugal, pequena mas muito bonita. Tentaríamos os quatro, eu, ele e os dois amigos da banda.
E foi assim até Março de 2008, “preparando”, pesquisando. Bragança seria mais fácil, pois fomos informados que não havia procura para lá, então não haveriam concorrentes. Não era uma cidade tão famosa, portanto, não tinha um custo de vida muito alto, o que para nós seria ótimo, já que na Europa tudo é mais caro...
O tempo passou, até que bem rápido, e chegou o “dia” de irmos ver para nos inscrevermos... nesse meio tempo, já desconfiávamos que os dois amigos do Jéferson, não iriam, mas nós dois não iríamos desistir. Pois aí que tivemos a segunda chateação: não havia mais convênio com o Instituto Politécnico de Bragança, assim, só nos restava: o Porto.
Porto é uma das cidades mais turísticas de Portugal, cidade litorânea, onde também são fabricados os famosos vinhos do Porto. Assim, já ficaria ao menos uns 30% mais caro para se viver. Mas ok. Vamos lá... não seria um custo de vida um pouco mais elevado que iria nos impedir!
Mas aí vem a terceira chateação. Não haviam nem 3 dias que tinha ido lá e ficado sabendo de Bragança, e eis que ouço um zum zum zum “a UCS quer cobrar 12 créditos do curso para os estudantes fazerem intercâmbio”. Nossa! Doze créditos, aumentava para mim uns R$ 2.500,00 e para Jéferson uns R$ 4.000,00. Daí sim, estávamos de certa forma condenados a não irmos, ao menos não agora! Foi a primeira vez que chorei por causa disso.
Revolta vai, revolta vem, manda e-mail, manda ofício. Até que uma boa notícia: não vão cobrar ainda isso. Pensamos “ufa” e começamos a ver todos os documentos necessários. Na correria de tudo, uma quarta chateação, era um pré-requisito ter 50% do curso concluído, eu tinha eles exatos, mas meu namorado, em torno de 43%... será que daria? E conversa vai e vem, ele pôde se inscrever, mas ficou com um pé atrás.
Em 9 de Junho, numa terça de tarde, fomos num evento de pré-embarque da UCS e ficamos sabendo que da faculdade dele, a Fernando Pessoa, tinham duas vagas, e dois inscritos, ele e uma menina também da Engenharia Ambiental. Da U. do Porto, tinham 10 vagas, e 5 inscritos, eu e mais 4 meninas, cada uma de nós de cursos e áreas diferentes. Depois de saber que tinha sido “selecionada” pela UCS, foi uma das minhas primeiras alegrias. Porém, achei estranho, 2 meninas da U.P. já tinha recebido carta de aceite. Mas eu e mais duas, nada... ainda assim, a esperança é última que morre, mesmo embora eu soubesse que uns 80% das pessoas inscritas, dos mais ou menos 60, já haviam recebido resposta, ou ao menos um e-mail, eu não desanimei.
Foram se passando os dias, até que em 18/6 fui ver se eles sabiam de algo, e fiquei sabendo que a carta dele já estava a caminho: ele tinha sido aprovado, fiquei feliz, mas também fiquei sabendo em seguida que a minha e mais uma menina da U.P. estava sob análise ainda. Fiz a matrícula. Demorou mais umas 3 semanas e a carta dele chegou por e-mail.
Neste meio tempo, me comuniquei com a outra menina que esperava resposta como eu. Pude compartilhar o sentimento de angustia com alguém, isso fez muito bem... Mas uma coisa era real, algo estava me deixando pensativa. Eu pensava que iria dar certo, mas tinha um palpite que não. Sexta, dia 10/7, procurei no site da U.P. informações... o que tenho a dizer... fiquei muito deprimida, vi que para o curso de economia, o qual eu estava inscrita, (já que o curso de Administração de Empresas é um curso de pós, então se faz Economia e Gestão) só tinham 8 vagas para América Latina, e o pior, com preferência para inscritos em outro tipo de programa, ou estudantes da área, que na realidade, a minha não é exatamente economia...
Para valer, foi a segunda vez que chorei. O Porto, estava ficando cada vez mais longe. Contudo, eu ainda tinha esperança que estivesse “lendo” as informações de forma equivocada. Mas já estava me preparando, mas eu tinha que parar de ser egoísta...
Segunda, dia 13/7, acordei pensando o que seria um dia bom, já que na noite passada, havia implorado uma ajudinha dos céus, para que eu tivesse essa semana, uma resposta. Seja ela qual fosse! Realmente, foi uma segunda bastante agradável, pude adiantar alguns papéis para o visto e recebi a última nota que faltava da UCS, um 4 em RH2. Terça, comecei o dia com mesmo pensamento, estava além de tudo feliz porque ia folgar sexta, quinta de tarde ia pra minha vó, campo, ar fresco, tranqüilidade, mas no meio da tarde, começou um angustia fora do normal, um “não sei o que” tão monstruoso que fez eu roer minhas unhas (de novo) de uma forma que fazia tempo que não fazia.
Na terça ainda, mandei um e-mail pro pessoal do Intercambio da UCS, perguntando, se “será que não está demorando porque pedi muitas matérias, e eles não podem aceitar... diga que não farei todas, é só pra ter mais opções...”. De noite nossos vizinhos jantaram aqui, foi muito agradável, conversei sobre a viagem, mas não deixava de colocar um “se” na frente de cada frase que se referia a minha viagem, na verdade o tempo inteiro foi assim. Na quarta de manhã, acordo com o telefone, dei um salto da cama. Era o Jeferson, tinha ido a POA, se informar sobre o visto, e iria ao aeroporto autenticar a carteira de vacinação, etc. Ele me ligou e falou que só estavam marcando o visto pra depois de 13/8, com mais aproximadamente 40 dias mais, só iríamos viajar final de Setembro, fiquei apreensiva já que nem sinal da minha carta.
Resolvi ligar para o consulado, agendar uma data, como se tivesse tudo certo, caso não desse, eu desmarcava. Acabei ligando e caiu num outro local, tentei novamente, e deu ocupado, achei que o número podia estar errado, então liguei para informações de Caxias, mas eles não tem dados de POA. Aí que eu fiz a ligação mais horrível da minha vida até hoje. Liguei para o escritório de intercâmbios, para confirmar o número do consulado. Quando comecei a explicar a idéia, a moça do outro lado da linha começou mais ou menos assim: “Elen, a gente recebeu teu e-mail, e na verdade a gente já tem uma resposta (essas alturas eu já sabia)... é infelizmente foi negativa...” o meu coração nunca bateu tão rápido e descompassado. Vi o quanto o ser humano não está preparado para receber um não, ainda mais quando é um não para um sonho, uma expectativa. Apenas consegui pedir porque, ela respondeu, era sobre as 8 vagas, muita gente recebeu não, eu fui uma dessas pessoas. Eu disse que já sabia. Disse com a maior das falsidades que pude encontrar: “é né, fazer o que... não deu não deu”. Desliguei.
Agora vem a realidade. Gritei. Gritei um “que meeeeerda” tão alto, que não sei como os vizinhos não vieram ver. Coisas voaram nas portas do guarda-roupa, tive vontade de rasgar todos os papéis que falavam do intercâmbio. Chorava. Chorava como se tivesse perdido um ente querido. Chorava de raiva. Senti muita raiva, porque deixar a gente esperando tanto tempo para dizer não. Fui tomar banho. Chorei mais, quebrei o cabo da minha escova de cabelo quando atirei ela no chão. Agradeci, afinal, eu tive uma reposta na semana que queria, e o melhor, estava em casa. E o tempo todo, a minha cachorrinha Luna, ficou ao meu lado, não podia dizer nada, mas colocava as suas patinhas da frente na minha perna e deitava sua cabaça na minha coxa... chorava de ver ela ali comigo...
Voltando a minha breve conversa por telefone, com a moça da UCS, no final da conversa, ela mencionou que se desejasse eu podia passar até 3 meses em Portugal como turista, sem visto, ou então, tentar outro intercambio, por outro meio. Enquanto tomava banho pensava... fui trabalhar. Peguei o ônibus, e fui em pé. Não sorri o tempo todo. Cheguei no serviço, pude dissimular bem, acessei meu e-mail, e li a tal resposta. Tinha de olhar para cima para não chorar de novo. O dia não rendeu nada, porém não perdi tempo, mandei e-mails pras 3 operadoras de intercambio que conhecia. Uma, acho que não entendeu muito bem o que eu escrevi, disse que não tinha nada para Portugal, mas eu já não queria mais ir pra lá, outra até agora não me respondeu nada, e uma delas, respondeu meu e-mail. Tinha três propostas a princípio, já para ir em Setembro, Espanha, sem “visto”, mas sem possibilidade de trabalho; Inglaterra, “sem” visto como estudante, sem trabalho, se quisesse o de trabalho, teria que ir até o Rio de Janeiro, e era bem mais difícil ou, a mais em alta, Dublin, na Irlanda, visto de seis meses com possibilidade de trabalho.
Em pouco tempo, já estava tudo “analisado” e “decidido”: eu iria para Dublin. Mas é claro, conversando com os mais próximos, conselhos sempre são repassados para se pensar bem, analisar com calma, ver se valia a pena perder um semestre de aula só pra dizer que eu fui e ponto. A minha cabeça doía como fazia tempo que não doía. Fui para a última aula de inglês. Era dia de prova, não sei como fiz toda ela, e ainda acho que fui bem, em talvez 20 minutos. Meu pai foi me buscar. Eu quase chorei, mas não chorei pra não deixar ele nervoso.
Vim pra casa, algumas palavras, e silêncio, palavras e silencio. Pegamos meu namorado na casa dele. E novamente, palavras e silêncio. Cheguei em casa, dei um abraço na minha mãe, e chorei. Ela chorou também. Todos estavam tristes. Daí eu disse à ela que eu não ia desistir, e ela disse que sabia disso. Conversei rapidamente com meu pai, minha mãe e meu namorado sobre as minhas idéias. Meu pai, disse que o que eu decidisse ele daria um jeito e assinava em baixo. Já minha mãe e meu namorado, disseram para eu pensar antes de tomar qualquer decisão. Eu, ainda chorei mais uma vez, junto com meu namorado.
Quinta acordei com uma estranha felicidade. Fui trabalhar, fiz o que tinha que fazer. Mandei mais uns e-mails. O dia rendeu. Deu 13h e comecei me arrumar para sair, íamos pegar a estrada. Conversamos muitos sobre as propostas. Fiquei de usar o final de semana para decidir. Chegando na minha vó, contei mais ou menos o que tinha acontecido. Minha madrinha lamentou muito. Na mesma noite fiz um balanço das idéias que tinha em mente: não ir, terminar o estágio, ficar mais um ano, e ir em seguida... mas pra onde seria? Portugal de novo? Não obrigado. Afinal, eu não teria proficiência suficiente em outro idioma, então me restava ali, ou África, que não me atrai tanto, não por nada, só não é bem o que queria. Poderia usar a idéia do Jeferson, para não perder o semestre inteiro, ir e fazer um curso menor de 3 meses, daria tempo de juntar mais dinheiro, e se eu gostasse, ficaria, mas isso, eu não sabia muito bem se dava, e com 3 meses só, não daria para ao menos tentar trabalhar. E ainda, ir agora em setembro, ficar lá 6 meses e tentar arrumar alguma coisa pra empatar os gastos, perderia o semestre, mas aprenderia outro idioma em bem menos tempo que fosse aqui no Brasil, e claro estaria um pouco mais perto do namorado.
A decisão era quase certa, ia ver quanto ao curso de 3 meses, se não valer a pena, pelo custo benefício, farei o de 6 meses, ambos saiam caro, mas tinha que fazer valer. Então, recebi o orçamento, de 4 meses... e vi que não valia a pena, o valor era muito pouco inferior, e a passagem diferença de aproximadamente R$ 200,00, então, não valia a pena.
Segunda, dia 20/7, o dia do Amigo, eu fui conversar e ver mais detalhes... encontrei, por acaso, o um homem que foi colega (indireto) de trabalho, o qual eu tinha ficado sabendo que o filho tinha a pouco voltado de Dublin. Seria um sinal? Já fui conversando com ele, e pedi se podia tirar duvidas e se o rapaz poderia me dar umas dicas (eu ainda não tinha decido), o colega foi muito atencioso, passou o telefone do filho e disse que avisaria que eu ligaria. Encontrei uma amiga, e já lhe adiantei os fatos. Fui até a operadora, conversei, tirei duvidas, e fiquei de decidir.
Vim para casa... conversei... e decidi, o que já estava decidido. Eu iria. Seis meses, num país que sei pouco (vou estudar é claro), falo somente frases prontas em sua língua, só com um conhecido (uma colega da UCS, que foi de novo agora em Junho, porque amou de paixão o país). Com a grana meio contada, numa ilha, a mais de 12h de vôo de casa, no hemisfério oposto, e muito mais coisas, que assuntam a muitos, mas a mim, me atrai!
Hoje quarta dia 22/7/2009, eu fui preencher alguns papéis, amanhã já irei com meu pai, fazer a transferência do dinheiro, torcendo para ol cambio ser mais favorável. Sabem, as vezes nos dizem, que quando não dá certo uma coisa, a gente não deve insistir, por que de certo não era pra ser. Faz sentido, mas não ligo muito, contudo, de qualquer forma, não insisti, não vou ir pra Portugal. Por outro lado, minha mãe logo disse, fecha-se uma porta, abre-se outra, quem sabe algo melhor não me espera? Medo de não ser como eu espero, embora TODOS dizem que é maravilhoso... não tenho. O ridículo é se acomodar. Bom ou ruim, poderá ser aqui, em Portugal, ou num hotel em Fernando de Noronha de graça, basta não estar fazendo o que se quer muito, e de coração.
Sinceramente, não acredito que será ruim. Poderei não ir a tantos lugares quanto queria... mas quem disse que eu quero parar? Ainda mais se gostar... Conviver com outras culturas, ter experiências novas, aprender e praticar outro idioma no dia-a-dia, conhecer lugares, histórias, estórias... e mais, sentir falta de quem se ama e dar mais valor ainda. Isso também é a prender!
Uns podem dizer que de nada vale, que é um dinheiro mal empregado, que não vai me agregar nenhum valor profissional, que eu poderia investir em outras coisas, embora eu ache que na parte de emprego, um inglês bem aprimorado é um bom diferencial... Enfim, poderão muitos dizer coisas que não me farão desanimar, tão pouco desistir... poderão falar que a minha família não estava pode podendo bancar isso... não quero provar nada pra ninguém, embora as vezes eu me sinta imensamente superior por ter essa oportunidade. O dinheiro se recupera, a oportunidade não. O saber não ocupa lugar... e mais, podem te deixar nu, podem te deixar sem nenhum um tostão no bolso, podem te tirar tudo, mas o teu saber: jamais.
E é por isso ser uma pena que muitos ainda andem com viseiras, e achem que não é tão importante assim a educação. É uma pena que ainda existam pessoas que não possam realizar seus sonhos, por que alguém, muitas vezes eleitos com a confiança delas, desviou a verba que iria para parte da realização desses sonhos... é uma pena, é triste mas é verdade. Lamentável, como possam ainda não deixar as pessoas ao menos, chegarem com seus barquinhos, no Porto de seus sonhos... mesmo assim, mesmo que pareça difícil, mesmo que pareça que não há outro caminho, mesmo que pareça que tudo conspira contra você... uma coisa eu afirmo: não ancore o seu barquinho esperando que alguém tire ele dali. Você mesmo vai ter que ir atráz do jeito de sair... e navegar!

Elen Concari de Aguiar, 22 de Julho de 2009. 23:35h