segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Seria ele Jesus? Papai Noel? Ou simplesmente um bom sujeito...

...entao estavamos eu e Gabi a olhar o mapa, e entao um senhor, que no principio olhamos e ficamos meio assim... mas enfim, pra nao fazer o caso grande, ele comecou a dar dicas de locais, informacoes sobre onde comprar coisas mais em conta, etc... no decorrer disse falou ateh de um Pub, o qual voltou a mencionar no final, convidando a gente pra ir, disse que iria somente tomar um cha, e depois voltaria. Decidimos ir, essas coisas as vezes sao um pouco arriscadas de decidir, mas o sexto sentido nao mandou vibracoes negativas (ele que tirou essa foto ao lado). Comecamos a andar com o vovo, de inicio estava ok, derrepente comecamos a andar numa parte escura, dai bateu um receio, mas quando vimos estavamos no tal pub... conversa vai conversa vem, pedimos um espaguete pra nos duas e duas cevas, e continuamos o papo... o cara muito gente boa, da areas ciencias humanas... super prafrentex, tracamos e-mail com o vovo e tudo mais...
No final das contas ele diz que tem que ir embora, agradecemos a companhia e tudo mais, beleza... nisso ele volta e diz: "nao paguem nada, eu jah paguei tudo... ok?!" e a gente "nao nao!" e ele soh virou e saiu...

Lembro-me que ele falou no meio da conversa em momentos diferentes: sobre a fabula que Jesus vai visitar um cara e soh depois descobrem que era Jesus; e quanto falou rindo que chamam ele de Santa Claus...

Mas acredito que seja somente um cara legal...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Brugges - A veneza do norte!

Nossa, pensa um lugar fofinho e quieto... lindo e cheio de historia!
Chegamos a tardinha, depois de infelizmente ter que voltar a estacao de Bruxelas e dali pegar o trem a Brugges, tirando o fato de nao ter gente que de informacao direito e terem trocado a plataforma do trem e nao ouvimos aviso... ou nao avisaram. Enfim chegamos, achamos o hostel, o qual foi bem legal, e saimos dar uma volta...
Passamos em diversos locais com um poder de fotografia incrivel...

Nesse tour noturno na city, em uma certa altura estavamos nos tentanto descobrir onde era o "Choco Story"... eis ai que vou fazer um post especial...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

I AMsterdam? Ou We Are?

Depois de andar um poukito, tirar umas fotos nos diversos canais que existem em amsterdam, passeamos por um parke o qual me recuso escrever o nome porque eh naquala lingua Duthhhh ou sei lah o que... enfim, fomos em busca do famoso escrito em letras gigantes "I AMSTERDAM"... nao foi dificil de achar, mas tirar uma foto sozinho, pra realmente ser I am, foi impossivel,,, sendo assim = WE ARE, NEH?!

Curte a melhor ai nao pegou tudo, mas pelo menos nao tem mais ninguem... pena que o cara curtou o M mas melhor que nada...

Depois do sofrimento da espera por uma foto razoavel, fomos almocar panquecas (tipico) e depois saimos em direcao a Red Lights, onde se encontram inumeros coffee shops, sex shop e a explicacao porque eh RED LIGHTS (sim prostituicao com classe!), mas antes de postas uma sequencia incrivel de fotos, curte o tiozinho que deviam tah doidao...
Na foto acima, estamos na frente do sex Museum, o qual visitamos mas vamos deixar pra mostrar soh mais adiante... se nao, nao tem graca neh...
Mas posso afirmar que foi extremamente engracado, depois disso, voltamos ao hostel fizemos uma comidinha (esquentamos uma lasanha) e depois conhecemos um rapazas brasileiros e uma moca da alemanha e saimos com eles dar um voltinha na Red Lights a noite e em alguns barzinhos curtir a ultima noite!

Amsterdam - Holland - Heineken Experience!

Chegamos e fomos diretamente pra Heineken... eh dificil dizer qual eh mais legal, Guinness ou ali... cada uma tem um peculiaridade interessante, mas confesso que a "Heineken Experience" eh muito interessante e nao por menos engracadissima! Mas nao vou contar nao!!! Tenho que deixar umas historias pra quando eu voltar neh?!
Anyway, foi divertido e ainda ganhamos ums pulseirinha fofa, e 3 mini pints! (mais umas fotinhos pra curtir a ideia...)
Nesse primeiro dia foi basicamente isso... exceto pela saida da fabrica, onde conhecemos umas garotas do Rio, super gente fina, que nos convidaram pra dar uma volta com elas... (em breve posto as fotos...) e posso afirmar que foi divertidissimo pois eh sempre bom fazer novas amizades!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Brussels - Belgium, "I don't speak french, sorry!"

Foi uma chegada bem chata, depois do bus de Chaleroi (porque a Ryanair nao para em Brussels), chegamos na Midi Station... e quem disse que a gente sabia como achar uma merda de metro, e mapa, e informacao pra ir Amsterdam??? hein?
Enfim, depois de muito relutar, axamos... fomos. Achamos o hostel, que nao estava na hora do check in, comemos e fomos ateh a Noord Station pra comprar passagens pra Amsterdam e Brugges, e de novo, quem disse que a gente achava... novamente depois de muito rodar, achamos, saiu 29 ida e volta ateh Amsterdam e 25 ida e volta ateh Brugges, pq nao tinha direto de Amsterdam... bom, dai depois disso, pegamos o metro, mas dai na hore de ver que lado ficar, muita confusao, uns dizem de um lado, outro de outro,,, no fim a gente seguiu nosso instinto que tava certo... foi soh entao que comecamos a curtir...




Parque Cinquentenario...






Outro Parque...





Parque no centro..

Visitamos o museu dos intrumentos musicais, o qual realment valeu muito a pena, lindissimo e bem interativo... depois disso, seguimos em disrecao ao centro...

Da pra ver ao lado um treco vermelho e amarelo, representando o ano da China na Belgica



Curtimos um cerveja Belga (dentre das aprox 350 que existem!), comemos waffle, a ainda zanzamos mais...



Fomos atraz do tal menininho fazendo xixi que eh o "simbolo de lah..." olha, sem comentarios, isso sim eh enganacao... estatuazinha mooooh pekena... mas tudo bem... vamos a foto!



Eh somente isso!



No Grote Market... bem lindo lah! Aaahhh antes que perguntem, nao fui no Atomiun ou coisa assim, nem no mini europa, meio caro e pouco tempo...

Na hora de voltar, ainda conversamos com uns tios para os quais haviamos pedido informacao, um deles era musico e foi caminhando com nos ateh onde pegar o tram (tipo o zurb em POA, porem menor)
No hostel, o quarto era meio zoado, e o chuveiro uma merda, tinha q ficar apertando pra agua sair a cada uns 5 mim... alem de ter pouco espaco para as coisas, as quais ficaram umidas... mas tudo bem, o cafe foi bom ao menos...

Segundo e ultimo dia inteiro em Barcelona...

Fomos em direcao ao parque Montjuic, onde aconteceu parte das Olimpiadas... infelizmente tinha um vento escroto que fez o passeio ser congelante, mas nao menos lindo... eh importante relatar que antes de
chegarmos, pedimos informacao a um senhor, se era longe ir caminhando, ele muito simpatico, disse que sim, que havia um bus que ia ateh lah em cima (o que queria dizer que havia subida) e nos como boas brasileiras pobres, dizemos que nao queriamos gastar, foi ai que o vovozinho disse enfiando a mao no bolso, mas eu posso pagar se voce nao tem,,, dai a gente deixou de ser mao de vaca e foi perguntar no INFORMACOES sobre o bus...

No parque tem um castelo que tem essa vista pro mar...
Depois fomos descendo parque abaixo e batendo fotos como boas turistas, mas tava um veeeeento terrivel


Depois disso, famos atraz do almoco, pois na noite passada a gente havia passado em um local onde era 8 euros buffet livre com bebida... rodamos ateh que achamos e fomos comerrrrrr... seguindo, fomos nos Jardines de la Ciutadella
parque onde tem o zoo, e curte so que fofo essas criancas

Uma paradinha no Arco do Triunfo e fomos a La Rambla... depois encarar uma noite em algum local ateh as 2:30... com um voo para Bruxelas as 6h da manha... deliiiicia!
Mas, mais uma vez a nossa anfitria, se mostro extremamente querida, e acabamos ficando ateh a hora de sair na casa dela, pagamos o taxi q dali fomos a estacao de bus...

Barcelona... o primeiro dia!

Vou tentar resumir...
Ainda na noite anterior compramos o T10, 10 viagens e durante uma hora entre metro e bus ou bus e metro, voce nao paga 2... pegamos o bus ateh a Plaza Espanha, dali um metro ateh a Casa Vicens... Seguindo depois dali, fomos apezito em direcao ao Parc Guell, o qual podemos dividir em 3 etapas...
a Subida e a chegada pela lateral...
A subida ateh a cruz e a vista do restante do parc... O parc e tudo que voce pode ver nele...





Saindo dali, fomos ateh a famosa, e claro nao eh atoa, SAGRADA FAMILIA, pena que as construcoes estragam um pouco a foto...
Saindo dali, fomo em diracao da La-Pedrera, outra construcao do Gaudi, e dapois fomos descendo a rua em direcao do Bairro Gotico...
e ateh chagar fomos tirando fotos e tudo mais Continuando a caminhada, depois de um lanchino num local onde tinha varias coisas por 1 euros, acabamos saindo na rua paralela a praia...
E depois de tentar ver o por do sol... fomos dar mais umas voltinhas, comemos no BK e fomos pra casa...

Traditional Gaelic Blessing

May the road rise to meet you,

May the wind be always at your back.

May the sun shine warm upon your face,

The rains fall soft upon your fields.

And until we meet again,

May God hold you in the palm of his hand.

May God be with you and bless you:

May you see your children's children.

May you be poor in misfortune,

Rich in blessings.

May you know nothing but happiness

From this day forward.

May the road rise up to meet you

May the wind be always at your back

May the warm rays of sun fall upon your home

And may the hand of a friend always be near.

May green be the grass you walk on,

May blue be the skies above you,

May pure be the joys that surround you,

May true be the hearts that love you.

O PORTO (Uma pequena grande história de porque tudo isso...)

A tomada de uma decisão que faz-se equivalente a um divisor de águas em nossas vidas, pode trazer-nos muitas expectativas as quais nem sempre se realizam... No meu caso, decidi ter a experiência de ir para Irlanda, Dublin, num pais que fala-se outro idioma (o inglês), o qual, por sinal sei muito pouco. Bem, acho melhor começar desde de o começo...
Em meados de 2008, acho que foi final de Abril, um amigo de Jéferson, meu namorado, foi até a casa dele e o convidou para ir com a banda deles a Portugal. A idéia era ficar 6 meses, estudando e fazendo alguns shows pela Europa. Meu namorado já havia pensado nisso na sua adolescência, mas ainda não tinha parado e verificado a real chance.
Já eu, tinha o sonho, de até meus 22 anos, passar um tempo fora do Brasil. De início queria Cuba, depois Espanha, depois México, mas realmente não tinha pensado em Portugal. Pois bem, ele ficou pensativo. Como seria? Os dois longe? Eu me importaria? Foi aí que eu disse “e eu não posso ir junto?” e aí ambos tivemos a surpresa feliz, além de irmos “namorando”, tínhamos ganhado um parceiro de viagem...
Fomos então ver como funcionava irmos pela UCS... para qualquer país que não fale-se português, teríamos que fazer uma prova de proficiência e atingir um resultado muito bom... nem tentamos, seria perda de tempo... Então vamos lá! Portugal... E aí a primeira chateação: para o 2º semestre de 2008, não havia mais tempo. Desistir? Não! Eles apenas teriam que arrumar outro baixista para ir com a banda... Acho que no fim, só foi mesmo o cara que convidou...
Depois disso, surgiu outro plano, ir com banda dele, mas não no 1º semestre de 2009, no 2º, para banda se preparar... Eles teriam 1 ano e 4 meses para isto... E para onde iríamos? Bragança, uma cidade no Norte de Portugal, pequena mas muito bonita. Tentaríamos os quatro, eu, ele e os dois amigos da banda.
E foi assim até Março de 2008, “preparando”, pesquisando. Bragança seria mais fácil, pois fomos informados que não havia procura para lá, então não haveriam concorrentes. Não era uma cidade tão famosa, portanto, não tinha um custo de vida muito alto, o que para nós seria ótimo, já que na Europa tudo é mais caro...
O tempo passou, até que bem rápido, e chegou o “dia” de irmos ver para nos inscrevermos... nesse meio tempo, já desconfiávamos que os dois amigos do Jéferson, não iriam, mas nós dois não iríamos desistir. Pois aí que tivemos a segunda chateação: não havia mais convênio com o Instituto Politécnico de Bragança, assim, só nos restava: o Porto.
Porto é uma das cidades mais turísticas de Portugal, cidade litorânea, onde também são fabricados os famosos vinhos do Porto. Assim, já ficaria ao menos uns 30% mais caro para se viver. Mas ok. Vamos lá... não seria um custo de vida um pouco mais elevado que iria nos impedir!
Mas aí vem a terceira chateação. Não haviam nem 3 dias que tinha ido lá e ficado sabendo de Bragança, e eis que ouço um zum zum zum “a UCS quer cobrar 12 créditos do curso para os estudantes fazerem intercâmbio”. Nossa! Doze créditos, aumentava para mim uns R$ 2.500,00 e para Jéferson uns R$ 4.000,00. Daí sim, estávamos de certa forma condenados a não irmos, ao menos não agora! Foi a primeira vez que chorei por causa disso.
Revolta vai, revolta vem, manda e-mail, manda ofício. Até que uma boa notícia: não vão cobrar ainda isso. Pensamos “ufa” e começamos a ver todos os documentos necessários. Na correria de tudo, uma quarta chateação, era um pré-requisito ter 50% do curso concluído, eu tinha eles exatos, mas meu namorado, em torno de 43%... será que daria? E conversa vai e vem, ele pôde se inscrever, mas ficou com um pé atrás.
Em 9 de Junho, numa terça de tarde, fomos num evento de pré-embarque da UCS e ficamos sabendo que da faculdade dele, a Fernando Pessoa, tinham duas vagas, e dois inscritos, ele e uma menina também da Engenharia Ambiental. Da U. do Porto, tinham 10 vagas, e 5 inscritos, eu e mais 4 meninas, cada uma de nós de cursos e áreas diferentes. Depois de saber que tinha sido “selecionada” pela UCS, foi uma das minhas primeiras alegrias. Porém, achei estranho, 2 meninas da U.P. já tinha recebido carta de aceite. Mas eu e mais duas, nada... ainda assim, a esperança é última que morre, mesmo embora eu soubesse que uns 80% das pessoas inscritas, dos mais ou menos 60, já haviam recebido resposta, ou ao menos um e-mail, eu não desanimei.
Foram se passando os dias, até que em 18/6 fui ver se eles sabiam de algo, e fiquei sabendo que a carta dele já estava a caminho: ele tinha sido aprovado, fiquei feliz, mas também fiquei sabendo em seguida que a minha e mais uma menina da U.P. estava sob análise ainda. Fiz a matrícula. Demorou mais umas 3 semanas e a carta dele chegou por e-mail.
Neste meio tempo, me comuniquei com a outra menina que esperava resposta como eu. Pude compartilhar o sentimento de angustia com alguém, isso fez muito bem... Mas uma coisa era real, algo estava me deixando pensativa. Eu pensava que iria dar certo, mas tinha um palpite que não. Sexta, dia 10/7, procurei no site da U.P. informações... o que tenho a dizer... fiquei muito deprimida, vi que para o curso de economia, o qual eu estava inscrita, (já que o curso de Administração de Empresas é um curso de pós, então se faz Economia e Gestão) só tinham 8 vagas para América Latina, e o pior, com preferência para inscritos em outro tipo de programa, ou estudantes da área, que na realidade, a minha não é exatamente economia...
Para valer, foi a segunda vez que chorei. O Porto, estava ficando cada vez mais longe. Contudo, eu ainda tinha esperança que estivesse “lendo” as informações de forma equivocada. Mas já estava me preparando, mas eu tinha que parar de ser egoísta...
Segunda, dia 13/7, acordei pensando o que seria um dia bom, já que na noite passada, havia implorado uma ajudinha dos céus, para que eu tivesse essa semana, uma resposta. Seja ela qual fosse! Realmente, foi uma segunda bastante agradável, pude adiantar alguns papéis para o visto e recebi a última nota que faltava da UCS, um 4 em RH2. Terça, comecei o dia com mesmo pensamento, estava além de tudo feliz porque ia folgar sexta, quinta de tarde ia pra minha vó, campo, ar fresco, tranqüilidade, mas no meio da tarde, começou um angustia fora do normal, um “não sei o que” tão monstruoso que fez eu roer minhas unhas (de novo) de uma forma que fazia tempo que não fazia.
Na terça ainda, mandei um e-mail pro pessoal do Intercambio da UCS, perguntando, se “será que não está demorando porque pedi muitas matérias, e eles não podem aceitar... diga que não farei todas, é só pra ter mais opções...”. De noite nossos vizinhos jantaram aqui, foi muito agradável, conversei sobre a viagem, mas não deixava de colocar um “se” na frente de cada frase que se referia a minha viagem, na verdade o tempo inteiro foi assim. Na quarta de manhã, acordo com o telefone, dei um salto da cama. Era o Jeferson, tinha ido a POA, se informar sobre o visto, e iria ao aeroporto autenticar a carteira de vacinação, etc. Ele me ligou e falou que só estavam marcando o visto pra depois de 13/8, com mais aproximadamente 40 dias mais, só iríamos viajar final de Setembro, fiquei apreensiva já que nem sinal da minha carta.
Resolvi ligar para o consulado, agendar uma data, como se tivesse tudo certo, caso não desse, eu desmarcava. Acabei ligando e caiu num outro local, tentei novamente, e deu ocupado, achei que o número podia estar errado, então liguei para informações de Caxias, mas eles não tem dados de POA. Aí que eu fiz a ligação mais horrível da minha vida até hoje. Liguei para o escritório de intercâmbios, para confirmar o número do consulado. Quando comecei a explicar a idéia, a moça do outro lado da linha começou mais ou menos assim: “Elen, a gente recebeu teu e-mail, e na verdade a gente já tem uma resposta (essas alturas eu já sabia)... é infelizmente foi negativa...” o meu coração nunca bateu tão rápido e descompassado. Vi o quanto o ser humano não está preparado para receber um não, ainda mais quando é um não para um sonho, uma expectativa. Apenas consegui pedir porque, ela respondeu, era sobre as 8 vagas, muita gente recebeu não, eu fui uma dessas pessoas. Eu disse que já sabia. Disse com a maior das falsidades que pude encontrar: “é né, fazer o que... não deu não deu”. Desliguei.
Agora vem a realidade. Gritei. Gritei um “que meeeeerda” tão alto, que não sei como os vizinhos não vieram ver. Coisas voaram nas portas do guarda-roupa, tive vontade de rasgar todos os papéis que falavam do intercâmbio. Chorava. Chorava como se tivesse perdido um ente querido. Chorava de raiva. Senti muita raiva, porque deixar a gente esperando tanto tempo para dizer não. Fui tomar banho. Chorei mais, quebrei o cabo da minha escova de cabelo quando atirei ela no chão. Agradeci, afinal, eu tive uma reposta na semana que queria, e o melhor, estava em casa. E o tempo todo, a minha cachorrinha Luna, ficou ao meu lado, não podia dizer nada, mas colocava as suas patinhas da frente na minha perna e deitava sua cabaça na minha coxa... chorava de ver ela ali comigo...
Voltando a minha breve conversa por telefone, com a moça da UCS, no final da conversa, ela mencionou que se desejasse eu podia passar até 3 meses em Portugal como turista, sem visto, ou então, tentar outro intercambio, por outro meio. Enquanto tomava banho pensava... fui trabalhar. Peguei o ônibus, e fui em pé. Não sorri o tempo todo. Cheguei no serviço, pude dissimular bem, acessei meu e-mail, e li a tal resposta. Tinha de olhar para cima para não chorar de novo. O dia não rendeu nada, porém não perdi tempo, mandei e-mails pras 3 operadoras de intercambio que conhecia. Uma, acho que não entendeu muito bem o que eu escrevi, disse que não tinha nada para Portugal, mas eu já não queria mais ir pra lá, outra até agora não me respondeu nada, e uma delas, respondeu meu e-mail. Tinha três propostas a princípio, já para ir em Setembro, Espanha, sem “visto”, mas sem possibilidade de trabalho; Inglaterra, “sem” visto como estudante, sem trabalho, se quisesse o de trabalho, teria que ir até o Rio de Janeiro, e era bem mais difícil ou, a mais em alta, Dublin, na Irlanda, visto de seis meses com possibilidade de trabalho.
Em pouco tempo, já estava tudo “analisado” e “decidido”: eu iria para Dublin. Mas é claro, conversando com os mais próximos, conselhos sempre são repassados para se pensar bem, analisar com calma, ver se valia a pena perder um semestre de aula só pra dizer que eu fui e ponto. A minha cabeça doía como fazia tempo que não doía. Fui para a última aula de inglês. Era dia de prova, não sei como fiz toda ela, e ainda acho que fui bem, em talvez 20 minutos. Meu pai foi me buscar. Eu quase chorei, mas não chorei pra não deixar ele nervoso.
Vim pra casa, algumas palavras, e silêncio, palavras e silencio. Pegamos meu namorado na casa dele. E novamente, palavras e silêncio. Cheguei em casa, dei um abraço na minha mãe, e chorei. Ela chorou também. Todos estavam tristes. Daí eu disse à ela que eu não ia desistir, e ela disse que sabia disso. Conversei rapidamente com meu pai, minha mãe e meu namorado sobre as minhas idéias. Meu pai, disse que o que eu decidisse ele daria um jeito e assinava em baixo. Já minha mãe e meu namorado, disseram para eu pensar antes de tomar qualquer decisão. Eu, ainda chorei mais uma vez, junto com meu namorado.
Quinta acordei com uma estranha felicidade. Fui trabalhar, fiz o que tinha que fazer. Mandei mais uns e-mails. O dia rendeu. Deu 13h e comecei me arrumar para sair, íamos pegar a estrada. Conversamos muitos sobre as propostas. Fiquei de usar o final de semana para decidir. Chegando na minha vó, contei mais ou menos o que tinha acontecido. Minha madrinha lamentou muito. Na mesma noite fiz um balanço das idéias que tinha em mente: não ir, terminar o estágio, ficar mais um ano, e ir em seguida... mas pra onde seria? Portugal de novo? Não obrigado. Afinal, eu não teria proficiência suficiente em outro idioma, então me restava ali, ou África, que não me atrai tanto, não por nada, só não é bem o que queria. Poderia usar a idéia do Jeferson, para não perder o semestre inteiro, ir e fazer um curso menor de 3 meses, daria tempo de juntar mais dinheiro, e se eu gostasse, ficaria, mas isso, eu não sabia muito bem se dava, e com 3 meses só, não daria para ao menos tentar trabalhar. E ainda, ir agora em setembro, ficar lá 6 meses e tentar arrumar alguma coisa pra empatar os gastos, perderia o semestre, mas aprenderia outro idioma em bem menos tempo que fosse aqui no Brasil, e claro estaria um pouco mais perto do namorado.
A decisão era quase certa, ia ver quanto ao curso de 3 meses, se não valer a pena, pelo custo benefício, farei o de 6 meses, ambos saiam caro, mas tinha que fazer valer. Então, recebi o orçamento, de 4 meses... e vi que não valia a pena, o valor era muito pouco inferior, e a passagem diferença de aproximadamente R$ 200,00, então, não valia a pena.
Segunda, dia 20/7, o dia do Amigo, eu fui conversar e ver mais detalhes... encontrei, por acaso, o um homem que foi colega (indireto) de trabalho, o qual eu tinha ficado sabendo que o filho tinha a pouco voltado de Dublin. Seria um sinal? Já fui conversando com ele, e pedi se podia tirar duvidas e se o rapaz poderia me dar umas dicas (eu ainda não tinha decido), o colega foi muito atencioso, passou o telefone do filho e disse que avisaria que eu ligaria. Encontrei uma amiga, e já lhe adiantei os fatos. Fui até a operadora, conversei, tirei duvidas, e fiquei de decidir.
Vim para casa... conversei... e decidi, o que já estava decidido. Eu iria. Seis meses, num país que sei pouco (vou estudar é claro), falo somente frases prontas em sua língua, só com um conhecido (uma colega da UCS, que foi de novo agora em Junho, porque amou de paixão o país). Com a grana meio contada, numa ilha, a mais de 12h de vôo de casa, no hemisfério oposto, e muito mais coisas, que assuntam a muitos, mas a mim, me atrai!
Hoje quarta dia 22/7/2009, eu fui preencher alguns papéis, amanhã já irei com meu pai, fazer a transferência do dinheiro, torcendo para ol cambio ser mais favorável. Sabem, as vezes nos dizem, que quando não dá certo uma coisa, a gente não deve insistir, por que de certo não era pra ser. Faz sentido, mas não ligo muito, contudo, de qualquer forma, não insisti, não vou ir pra Portugal. Por outro lado, minha mãe logo disse, fecha-se uma porta, abre-se outra, quem sabe algo melhor não me espera? Medo de não ser como eu espero, embora TODOS dizem que é maravilhoso... não tenho. O ridículo é se acomodar. Bom ou ruim, poderá ser aqui, em Portugal, ou num hotel em Fernando de Noronha de graça, basta não estar fazendo o que se quer muito, e de coração.
Sinceramente, não acredito que será ruim. Poderei não ir a tantos lugares quanto queria... mas quem disse que eu quero parar? Ainda mais se gostar... Conviver com outras culturas, ter experiências novas, aprender e praticar outro idioma no dia-a-dia, conhecer lugares, histórias, estórias... e mais, sentir falta de quem se ama e dar mais valor ainda. Isso também é a prender!
Uns podem dizer que de nada vale, que é um dinheiro mal empregado, que não vai me agregar nenhum valor profissional, que eu poderia investir em outras coisas, embora eu ache que na parte de emprego, um inglês bem aprimorado é um bom diferencial... Enfim, poderão muitos dizer coisas que não me farão desanimar, tão pouco desistir... poderão falar que a minha família não estava pode podendo bancar isso... não quero provar nada pra ninguém, embora as vezes eu me sinta imensamente superior por ter essa oportunidade. O dinheiro se recupera, a oportunidade não. O saber não ocupa lugar... e mais, podem te deixar nu, podem te deixar sem nenhum um tostão no bolso, podem te tirar tudo, mas o teu saber: jamais.
E é por isso ser uma pena que muitos ainda andem com viseiras, e achem que não é tão importante assim a educação. É uma pena que ainda existam pessoas que não possam realizar seus sonhos, por que alguém, muitas vezes eleitos com a confiança delas, desviou a verba que iria para parte da realização desses sonhos... é uma pena, é triste mas é verdade. Lamentável, como possam ainda não deixar as pessoas ao menos, chegarem com seus barquinhos, no Porto de seus sonhos... mesmo assim, mesmo que pareça difícil, mesmo que pareça que não há outro caminho, mesmo que pareça que tudo conspira contra você... uma coisa eu afirmo: não ancore o seu barquinho esperando que alguém tire ele dali. Você mesmo vai ter que ir atráz do jeito de sair... e navegar!

Elen Concari de Aguiar, 22 de Julho de 2009. 23:35h