quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A Baviera e alguns de seus Castelos

Quando decidi o roteiro e inclui Alemanha, claramente não tinha como ficar de fora Munique, e por quê??? Bem, havia lido um pouco e vi que tinha um belíssimo castelo de nome qual não tinha nem ideia de como pronunciar, que ficava na região próxima a Munique.
Dentre os passeios que eu tinha direito, quando vi que o Castelo de Neuschwanstein era uma possibilidades, nem pestanejei e escolhi.
Chegou o grande dia. E estava chovendo. Eu quase chorei. Mas respirei e fui.
Era uma excursão e tinha guia em português no ônibus através de fones. Partimos.

A primeira parada http://www.schlosslinderhof.de/ Palácio de Linderhof.

Uma copiadinha do WP: O Palácio Linderhof (Schloss Linderhof) é um palácio real na Alemanha, construído entre 1869 e 1878. Fica localizado nas proximidades de Oberammergau e da Abadia de Ettal, no sudoeste da Baviera.
É o menor dos três palácios construídos pelo Rei Luis II da Baviera, mas o único que o monarca viu concluído.



Antes de ir para o ápice do passeio, passamos em uma cidade de Oberammergau  sugiro que coloque no google tradutor pra saber como se diz, cidade tão tão fofa!!!
Uma loja de lembrancinhas e cucos tão linda que estou pra ver igual...
Ficamos um tempo ali, e seguimos.
Mais uma copiadinha: 

Oberammergau tem também uma longa tradição na escultura de madeira. As ruas contêm dezenas de oficinas que vendem imagens religiosas, relógios, brinquedos e peças humorísticas. Além disso, fabricam-se localmente os típicos chapéus bávaros.

Também é conhecida pelos seus prédios pintados com motivos religiosos ou de contos de fada



Saindo desta bela cidade partimos para o Castelo de Neuschwanstein. http://www.neuschwanstein.de/englisch/palace/
Vocês me desculpem mas o Wikipedia, não é ruim não, só não pode ser verdade absoluta ok?
Sobre esse lugar fantástico, primeiro devo dizer que parou de chover, e segundo devo dizer que vale a pena o deslocamento. Sério, se for até Munique, por favor, vá até esse local.

O Castelo de Neuschwanstein (em alemão Schloss Neuschwanstein) é um palácio alemão construído na segunda metade do século XIX, perto das cidades de Hohenschwangau e Füssen, no sudoeste da Baviera, a escassas dezenas de quilômetros da fronteira com a Áustria.

Foi construído por Luís II da Baviera no século XIX, inspirado na obra de seu amigo e protegido, o grande compositor Richard Wagner. A arquitectura do castelo possui um estilo fantástico, o qual serviu de inspiração ao "Castelo da Cinderela", símbolo dos estúdios Disney. Apesar de não ser permitido fotografar o seu interior, é um dos edifícios mais fotografados da Alemanha e um dos mais populares destinos turísticos europeus, além de também ser considerado o "cartão postal" daquele país.


Chegando, logo eles informam como funciona: tem 3 formas básicas de subir até o Castelo, a pé, de charrete ou de ônibus. Escolhemos ônibus.
Chegando lá, vc retira seu "ticket" e aguarda o número de chamada de sua turma em um painel.
Masss antes de chegar ao Castelo, vá até a ponte (eu não lembro o nome dela, mas você saberá). Lá sim, você tem a MELHOR vista que poderá ter do Castelo, eu até diria que isso é mais lindo que o Castelo dentro em si. Até pq dentro você não pode fazer fotos... Se eu tivesse lido algo assim, teria "perdido mais tempo" na ponte... mas não deixe de ir no Castelo.
Eu não lembro de valores mas creio que na casa de 12 euros o ingresso pra visitação do castelo, mas há combos para os 2 castelos e afins...






Hohenschwangau - palácio de infância do "Rei Louco"

Tirei uma foto de um quadro pra poder ter uma outra vista... hehehe

Sinceramente não lembro, mas sugiro ver se é possível levar água. Sempre é cara nesses locais.... leve moedas também pro ônibus e entre logo na fila!!!

domingo, 26 de novembro de 2017

Munique - München - Minga

Ahhh a capital Bavária...
Se eu tivesse que escolher um local pra morar, seria esse.
Gostei tanto de Munique!

Chegamos na estação, e também era muito pertinho nosso hotel.
Nos instalamos, e fomos jantar.
Me apaixonei pela culinária alemã!

Ficamos 3 noites em Munique.

Na manhã do 1º dia fomos visitar o Neuschwanstein (a muito custo aprendi dizer, 'náinsxvãnstain' ) um castelo maravilhoso.
Foi um passeio de um dia inteiro, vou fazer 1 post só pra isso.

No segundo dia, fomos dar um "role" pela cidade, também vou fazer um post dedicado.

No terceiro dia, era pra irmos num campo de concenração, mas mudamos os planos radicalmente pois achamos a vibe meio pesada, e afinal na sequencia estavamos indo pra Berlin, então fomos ao museu da BMW e ao parque olímpico. E não diferente, tb vai sair um post só pra isso.

Nosso trem era noturno, então embarcamos a noite, rumo a Berlin, a viagem mais longa, a noite inteira, sinceramente, essa é a dica mais preciosa que dou, dependendo o seu ritmo, trens noturnos podem ser uma boa pedida para economizar hotel, e ganhar tempo durante o dia.
Mas se seus ritmo é outro, o nosso no caso, não foi uma escolha tão sábia. Talvez se tivesse sido a cabina com a caminha, quem sabe...
Mas assim:
1- Se dorme melhor que no avião, mas não é uma cama;
2- Pessoas roncam;
3- Cheguei moida;
4- Não pude fazer check in assim que cheguei, ou seja, não deu pra tomar aquele banho.
5- Não tive jet leg, mas parecia que tinha virado a noite numa festa, e precisava dormir...

Em resumo. Se você tá na vibe loucona, ok. Se não, viaje de dia trajetos mais curtos.

Zurique, Suiça. Dos barcos ao chocolate.

Saímos de Florença com um trem durante o dia.
Foi um dos mais belos trajetos de toda viagem.
Passa pelos alpes e é nessas horas que você agradece por ter optado por fazer o passeio de trem.
Chegamos em Zurique já anoitecendo. E devo dizer que fiquei atordoada com o tamanho da estação de trem. Não estava nem conseguindo achar a saída, eis que o pai escuta um idioma familiar, sim, era português, brasileira que morava a anos em Zurique. Nos ajudou a sair dali, e descobrimos que nosso hotel era super pertinho.
Saímos a noite para comer e conhecer as redondezas. As coisas são de fato caras.
Importante lembrar, lá não é EURO, então pra não correr risco, troque um pouco de dinheiro, mas a maioria dos locais aceita o Euro, você vai perder no cambio quase tanto quanto comprasse, então se for poucos dias, não sei se vale o estres.
Na manhã seguinte tínhamos um city tour incluso no pacote, que nos levada um onibusinho com carinha de antigo, e depois tinha um passeio de barco. Pra quem tinha só 1 dia, alias, nem isso, ajudou muito.
Gostaria de ter explorado mais Zurique, saí de lá com a sensação de ficou tanta coisa pra traz... Mas seguem algumas fotinhos.
Deixe pra comprar chocolate no mercado, loja de lembrancinhas são caras.
Mas pode levar pra casa seu "VICTORINOX" marca do famoso canivete Suiço, na lojinha que eu comprei eles gravam o nome, o meu foi presente... só assim, lembre-se "você vai despachar a mala" pq se não vai, certamente ele será depositado pertinho do raio-x do aeroporto.




Torre do relógio da Catedral Fraumunster



Nosso trem saiu de Zurique pra Munique... na tardinha.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Florenza, Firenzi... Madona mia, Florença.

Tinha visto umas fotos, e tinha ficado bem interessada, mas não sabia muita coisa.
Depois que voltei descobri que a cidade é mais rica ainda do que achei que fosse.
Florenza é a cara da Itália dos esterótipos.





Tínhamos apenas o dia que chegamos pra aproveitar. Pois era só uma noite...
então, partiu pernada com mapa e se perder.
Pegamos um mapa e fomos nos perder.
Caminhar e caminhar e explorar e errar, e cada viela que você caí é uma linda surpresa.
Não visitamos a Igreja Duomo, e foi outro local que ficou com gosto de quero mais.
Mas de uma forma geral, eu diria que a cidade é um museu a céu aberto, tal qual Barcelona, se você não tem muita grana pra entrar nos locais, só andar e curtir a cidade (tomar um Gelato) vale. Lá comi o melhor nhoque ao pesto da vida.





Vista para Ponte Vecchio, local de muvuca de compras...


Vista da Piazzale Michelangelo

Quem tem boca... vai a Roma.

Na verdade o ditado dizem que está destorcido, que seria "quem tem boca VAIA Roma", mas enfim, se popularizou da forma errada, agora essa é a certa!
Na verdade, pra ir a Roma, você precisa de um pouco de grana, tempo, água e um bom tênis.
Não achei Roma tão cara.
Mas deixa eu contar, que aqui começa o Mochilão de fato.
Se voltar umas postagens atrás vai saber.
Como já mencionei, estou escrevendo 3 anos depois, então não lembro de algumas coisas, como o nome do Hotel. Mas isso não é relevante, a não ser a dizer que na Itália, você paga algumas taxas hoteleiras no próprio local, vale a dica, mas nada caro. Certifique-se antes de ir pra não ter surpresas.
Nosso transfer estava em outro terminal isso causou um certo estres, mas os orelhões funcionam com moedas, liguei lá, meti um portuespanglishliano e falei com o cara, e descobrimos onde ele estava.
Realmente o aeroporto é longe pacas. Pesquise antes de ir.
Nosso hotel era muito pertinho da Termini (Estação de Trem) e num ponto bem bom pra ir pra diversos locais.
Ficamos 2 noites em Roma, e tivemos na verdade apenas 1 dia cheio, o qual foi dia 15/8, e aproveitamos muito.
As fotos falam por si só...
DICA1: Vale a pena ir no Coliseu, mas não tinha meia entrada e afins... foi 12 euros em 2014. Quanto aos demais sítios, creio que sim, que sejam legais, mas se a grana for curta, escolha o coliseu, é foda.
Queria não deu: Vaticano, filas enormes, era feriado... mas vá até a praça, já vale.
Frustração: A fontana di trevi estava em obras.
DICA2: pouco falado, no me ver, vale a subida até o Gianicolo. Lá você tem uma baita vista da cidade.
Logo no inicio, já percebi que era corrido ver tanta coisa bonita em tão curto tempo... logo de cara já ficou o gostinho de quero mais, pois sei que não vi nem a metade.
DICA3: Coma massa e sorvete. Sinceramente, a pizza, prefiro as nossas.
Se podia comer um bom prato de massa por 6 euros... (2014)







Vista do Gianicolo
Nosso trem saia cedo, no dia 16/8 então não sobrava muito tempo...

The Rocky Road To Dublin

Não era exatamente mês de Junho como diz a música, mas a questão é que seguimos à "caminho para a estrada rochosa para Dublin" (agora ficou com curiosidades, da ctrl C no título larga no youtube e escute).
Em Dublin o tempo também era curtinho: noites do dia 12 e 13/08/2014 (sim, só pra reforçar que estou escrevendo 3 anos depois então minha memória está reduzida, e nessas horas é maravilhoso ter feitos fotos e organizar em datas). Enfim, fizemos uma rápida saga para achar um B&B, e se você quer fazer isso, vá reto pra Gardiner Street Lower, Dublin, Irlanda, lá tem um do lado do outro... tem outras áreas tb, mas B&B é lá.
Esse tinha vaga, preço razoável, cama de casal, café da manhã (dããã Bad & ..........???)
Nesses dias, passeamos pelo Temple Bar, parte que amooo demais, deixamos meus pais em um PUB que oferta comida típica com música e dança Irlandesa, fiz o pedido pra eles, encontramos nosso amigo Markus, e deixamos eles lá curtindo a noite.
Depois soube que apareceu um doido que se encantou pela minha mãe e queria muito oferecer pra ela os cartões que ele tinha... ainda bem que o pai não é ciumento!
Nós fomos pro Temple bar curtir umas pints e os pubs!




The Mezz - Um pub bem interessante... não, não é meu.


No dia seguinte, fizemos um city tour a pé, passando por vários locais que se poderia visitar, rápidinho e de graça, passei em minha minha antiga escola, no Marrion Square, Stephens Green park e no shopping, na Grafton, no Trinity College, Christ Church, Dublinia, visitamos meu antigo prédio, St. Patrick Church... (não necessariamente nessa ordem)...


Essa foto, P&B em 2016, foi ACEITA para o Salão de Jauense de Fotografia...




Na manhã do dia 14, já nos despedimos e seguimos mochilão agora só em nós 3, rumo à Roma...
Preciso mencionar que foi mágico ter mostrado aos meus pais o local onde vivi longe deles por 6 meses, 5 anos depois... foi mais lento do que eu gostaria, porém mais rápido do que eu previa!
Sensação de dever cumprido.

Nós, em Belfast, again.

E mais uma vez tinha aquela montanha que eu não subi toda.
Sério gente não tenho jeito pra isso.
Depois soube que há uma trilha de fácil (porém mais longo) acesso para o topo desta montanha.
Em Belfast, fomos direto ao castelo, deixamos os meus pais visitando o castelo e fomos a montanha.
Aproveitei que tenho uma câmera melhor (nesse meio tempo assaltaram minha casa, levaram essa câmera, logo, não tenho mais, mas já tenho outra) e fiz umas fotos mais bacaninhas.



E entrada no castelo é de graça, ao menos em 2014 era.
Saímos do castelo, passeamos pelo centro, memorial do Titanic (sim caso não saiba e caso eu não tenha comentado no outro post o Titanic foi construído em Belfast).
Passadinha básica no Ulster Museum, de graça também... https://www.nmni.com/our-museums/ulster-museum/Home.aspx

E voltar pra Dublin.

Traditional Gaelic Blessing

May the road rise to meet you,

May the wind be always at your back.

May the sun shine warm upon your face,

The rains fall soft upon your fields.

And until we meet again,

May God hold you in the palm of his hand.

May God be with you and bless you:

May you see your children's children.

May you be poor in misfortune,

Rich in blessings.

May you know nothing but happiness

From this day forward.

May the road rise up to meet you

May the wind be always at your back

May the warm rays of sun fall upon your home

And may the hand of a friend always be near.

May green be the grass you walk on,

May blue be the skies above you,

May pure be the joys that surround you,

May true be the hearts that love you.

O PORTO (Uma pequena grande história de porque tudo isso...)

A tomada de uma decisão que faz-se equivalente a um divisor de águas em nossas vidas, pode trazer-nos muitas expectativas as quais nem sempre se realizam... No meu caso, decidi ter a experiência de ir para Irlanda, Dublin, num pais que fala-se outro idioma (o inglês), o qual, por sinal sei muito pouco. Bem, acho melhor começar desde de o começo...
Em meados de 2008, acho que foi final de Abril, um amigo de Jéferson, meu namorado, foi até a casa dele e o convidou para ir com a banda deles a Portugal. A idéia era ficar 6 meses, estudando e fazendo alguns shows pela Europa. Meu namorado já havia pensado nisso na sua adolescência, mas ainda não tinha parado e verificado a real chance.
Já eu, tinha o sonho, de até meus 22 anos, passar um tempo fora do Brasil. De início queria Cuba, depois Espanha, depois México, mas realmente não tinha pensado em Portugal. Pois bem, ele ficou pensativo. Como seria? Os dois longe? Eu me importaria? Foi aí que eu disse “e eu não posso ir junto?” e aí ambos tivemos a surpresa feliz, além de irmos “namorando”, tínhamos ganhado um parceiro de viagem...
Fomos então ver como funcionava irmos pela UCS... para qualquer país que não fale-se português, teríamos que fazer uma prova de proficiência e atingir um resultado muito bom... nem tentamos, seria perda de tempo... Então vamos lá! Portugal... E aí a primeira chateação: para o 2º semestre de 2008, não havia mais tempo. Desistir? Não! Eles apenas teriam que arrumar outro baixista para ir com a banda... Acho que no fim, só foi mesmo o cara que convidou...
Depois disso, surgiu outro plano, ir com banda dele, mas não no 1º semestre de 2009, no 2º, para banda se preparar... Eles teriam 1 ano e 4 meses para isto... E para onde iríamos? Bragança, uma cidade no Norte de Portugal, pequena mas muito bonita. Tentaríamos os quatro, eu, ele e os dois amigos da banda.
E foi assim até Março de 2008, “preparando”, pesquisando. Bragança seria mais fácil, pois fomos informados que não havia procura para lá, então não haveriam concorrentes. Não era uma cidade tão famosa, portanto, não tinha um custo de vida muito alto, o que para nós seria ótimo, já que na Europa tudo é mais caro...
O tempo passou, até que bem rápido, e chegou o “dia” de irmos ver para nos inscrevermos... nesse meio tempo, já desconfiávamos que os dois amigos do Jéferson, não iriam, mas nós dois não iríamos desistir. Pois aí que tivemos a segunda chateação: não havia mais convênio com o Instituto Politécnico de Bragança, assim, só nos restava: o Porto.
Porto é uma das cidades mais turísticas de Portugal, cidade litorânea, onde também são fabricados os famosos vinhos do Porto. Assim, já ficaria ao menos uns 30% mais caro para se viver. Mas ok. Vamos lá... não seria um custo de vida um pouco mais elevado que iria nos impedir!
Mas aí vem a terceira chateação. Não haviam nem 3 dias que tinha ido lá e ficado sabendo de Bragança, e eis que ouço um zum zum zum “a UCS quer cobrar 12 créditos do curso para os estudantes fazerem intercâmbio”. Nossa! Doze créditos, aumentava para mim uns R$ 2.500,00 e para Jéferson uns R$ 4.000,00. Daí sim, estávamos de certa forma condenados a não irmos, ao menos não agora! Foi a primeira vez que chorei por causa disso.
Revolta vai, revolta vem, manda e-mail, manda ofício. Até que uma boa notícia: não vão cobrar ainda isso. Pensamos “ufa” e começamos a ver todos os documentos necessários. Na correria de tudo, uma quarta chateação, era um pré-requisito ter 50% do curso concluído, eu tinha eles exatos, mas meu namorado, em torno de 43%... será que daria? E conversa vai e vem, ele pôde se inscrever, mas ficou com um pé atrás.
Em 9 de Junho, numa terça de tarde, fomos num evento de pré-embarque da UCS e ficamos sabendo que da faculdade dele, a Fernando Pessoa, tinham duas vagas, e dois inscritos, ele e uma menina também da Engenharia Ambiental. Da U. do Porto, tinham 10 vagas, e 5 inscritos, eu e mais 4 meninas, cada uma de nós de cursos e áreas diferentes. Depois de saber que tinha sido “selecionada” pela UCS, foi uma das minhas primeiras alegrias. Porém, achei estranho, 2 meninas da U.P. já tinha recebido carta de aceite. Mas eu e mais duas, nada... ainda assim, a esperança é última que morre, mesmo embora eu soubesse que uns 80% das pessoas inscritas, dos mais ou menos 60, já haviam recebido resposta, ou ao menos um e-mail, eu não desanimei.
Foram se passando os dias, até que em 18/6 fui ver se eles sabiam de algo, e fiquei sabendo que a carta dele já estava a caminho: ele tinha sido aprovado, fiquei feliz, mas também fiquei sabendo em seguida que a minha e mais uma menina da U.P. estava sob análise ainda. Fiz a matrícula. Demorou mais umas 3 semanas e a carta dele chegou por e-mail.
Neste meio tempo, me comuniquei com a outra menina que esperava resposta como eu. Pude compartilhar o sentimento de angustia com alguém, isso fez muito bem... Mas uma coisa era real, algo estava me deixando pensativa. Eu pensava que iria dar certo, mas tinha um palpite que não. Sexta, dia 10/7, procurei no site da U.P. informações... o que tenho a dizer... fiquei muito deprimida, vi que para o curso de economia, o qual eu estava inscrita, (já que o curso de Administração de Empresas é um curso de pós, então se faz Economia e Gestão) só tinham 8 vagas para América Latina, e o pior, com preferência para inscritos em outro tipo de programa, ou estudantes da área, que na realidade, a minha não é exatamente economia...
Para valer, foi a segunda vez que chorei. O Porto, estava ficando cada vez mais longe. Contudo, eu ainda tinha esperança que estivesse “lendo” as informações de forma equivocada. Mas já estava me preparando, mas eu tinha que parar de ser egoísta...
Segunda, dia 13/7, acordei pensando o que seria um dia bom, já que na noite passada, havia implorado uma ajudinha dos céus, para que eu tivesse essa semana, uma resposta. Seja ela qual fosse! Realmente, foi uma segunda bastante agradável, pude adiantar alguns papéis para o visto e recebi a última nota que faltava da UCS, um 4 em RH2. Terça, comecei o dia com mesmo pensamento, estava além de tudo feliz porque ia folgar sexta, quinta de tarde ia pra minha vó, campo, ar fresco, tranqüilidade, mas no meio da tarde, começou um angustia fora do normal, um “não sei o que” tão monstruoso que fez eu roer minhas unhas (de novo) de uma forma que fazia tempo que não fazia.
Na terça ainda, mandei um e-mail pro pessoal do Intercambio da UCS, perguntando, se “será que não está demorando porque pedi muitas matérias, e eles não podem aceitar... diga que não farei todas, é só pra ter mais opções...”. De noite nossos vizinhos jantaram aqui, foi muito agradável, conversei sobre a viagem, mas não deixava de colocar um “se” na frente de cada frase que se referia a minha viagem, na verdade o tempo inteiro foi assim. Na quarta de manhã, acordo com o telefone, dei um salto da cama. Era o Jeferson, tinha ido a POA, se informar sobre o visto, e iria ao aeroporto autenticar a carteira de vacinação, etc. Ele me ligou e falou que só estavam marcando o visto pra depois de 13/8, com mais aproximadamente 40 dias mais, só iríamos viajar final de Setembro, fiquei apreensiva já que nem sinal da minha carta.
Resolvi ligar para o consulado, agendar uma data, como se tivesse tudo certo, caso não desse, eu desmarcava. Acabei ligando e caiu num outro local, tentei novamente, e deu ocupado, achei que o número podia estar errado, então liguei para informações de Caxias, mas eles não tem dados de POA. Aí que eu fiz a ligação mais horrível da minha vida até hoje. Liguei para o escritório de intercâmbios, para confirmar o número do consulado. Quando comecei a explicar a idéia, a moça do outro lado da linha começou mais ou menos assim: “Elen, a gente recebeu teu e-mail, e na verdade a gente já tem uma resposta (essas alturas eu já sabia)... é infelizmente foi negativa...” o meu coração nunca bateu tão rápido e descompassado. Vi o quanto o ser humano não está preparado para receber um não, ainda mais quando é um não para um sonho, uma expectativa. Apenas consegui pedir porque, ela respondeu, era sobre as 8 vagas, muita gente recebeu não, eu fui uma dessas pessoas. Eu disse que já sabia. Disse com a maior das falsidades que pude encontrar: “é né, fazer o que... não deu não deu”. Desliguei.
Agora vem a realidade. Gritei. Gritei um “que meeeeerda” tão alto, que não sei como os vizinhos não vieram ver. Coisas voaram nas portas do guarda-roupa, tive vontade de rasgar todos os papéis que falavam do intercâmbio. Chorava. Chorava como se tivesse perdido um ente querido. Chorava de raiva. Senti muita raiva, porque deixar a gente esperando tanto tempo para dizer não. Fui tomar banho. Chorei mais, quebrei o cabo da minha escova de cabelo quando atirei ela no chão. Agradeci, afinal, eu tive uma reposta na semana que queria, e o melhor, estava em casa. E o tempo todo, a minha cachorrinha Luna, ficou ao meu lado, não podia dizer nada, mas colocava as suas patinhas da frente na minha perna e deitava sua cabaça na minha coxa... chorava de ver ela ali comigo...
Voltando a minha breve conversa por telefone, com a moça da UCS, no final da conversa, ela mencionou que se desejasse eu podia passar até 3 meses em Portugal como turista, sem visto, ou então, tentar outro intercambio, por outro meio. Enquanto tomava banho pensava... fui trabalhar. Peguei o ônibus, e fui em pé. Não sorri o tempo todo. Cheguei no serviço, pude dissimular bem, acessei meu e-mail, e li a tal resposta. Tinha de olhar para cima para não chorar de novo. O dia não rendeu nada, porém não perdi tempo, mandei e-mails pras 3 operadoras de intercambio que conhecia. Uma, acho que não entendeu muito bem o que eu escrevi, disse que não tinha nada para Portugal, mas eu já não queria mais ir pra lá, outra até agora não me respondeu nada, e uma delas, respondeu meu e-mail. Tinha três propostas a princípio, já para ir em Setembro, Espanha, sem “visto”, mas sem possibilidade de trabalho; Inglaterra, “sem” visto como estudante, sem trabalho, se quisesse o de trabalho, teria que ir até o Rio de Janeiro, e era bem mais difícil ou, a mais em alta, Dublin, na Irlanda, visto de seis meses com possibilidade de trabalho.
Em pouco tempo, já estava tudo “analisado” e “decidido”: eu iria para Dublin. Mas é claro, conversando com os mais próximos, conselhos sempre são repassados para se pensar bem, analisar com calma, ver se valia a pena perder um semestre de aula só pra dizer que eu fui e ponto. A minha cabeça doía como fazia tempo que não doía. Fui para a última aula de inglês. Era dia de prova, não sei como fiz toda ela, e ainda acho que fui bem, em talvez 20 minutos. Meu pai foi me buscar. Eu quase chorei, mas não chorei pra não deixar ele nervoso.
Vim pra casa, algumas palavras, e silêncio, palavras e silencio. Pegamos meu namorado na casa dele. E novamente, palavras e silêncio. Cheguei em casa, dei um abraço na minha mãe, e chorei. Ela chorou também. Todos estavam tristes. Daí eu disse à ela que eu não ia desistir, e ela disse que sabia disso. Conversei rapidamente com meu pai, minha mãe e meu namorado sobre as minhas idéias. Meu pai, disse que o que eu decidisse ele daria um jeito e assinava em baixo. Já minha mãe e meu namorado, disseram para eu pensar antes de tomar qualquer decisão. Eu, ainda chorei mais uma vez, junto com meu namorado.
Quinta acordei com uma estranha felicidade. Fui trabalhar, fiz o que tinha que fazer. Mandei mais uns e-mails. O dia rendeu. Deu 13h e comecei me arrumar para sair, íamos pegar a estrada. Conversamos muitos sobre as propostas. Fiquei de usar o final de semana para decidir. Chegando na minha vó, contei mais ou menos o que tinha acontecido. Minha madrinha lamentou muito. Na mesma noite fiz um balanço das idéias que tinha em mente: não ir, terminar o estágio, ficar mais um ano, e ir em seguida... mas pra onde seria? Portugal de novo? Não obrigado. Afinal, eu não teria proficiência suficiente em outro idioma, então me restava ali, ou África, que não me atrai tanto, não por nada, só não é bem o que queria. Poderia usar a idéia do Jeferson, para não perder o semestre inteiro, ir e fazer um curso menor de 3 meses, daria tempo de juntar mais dinheiro, e se eu gostasse, ficaria, mas isso, eu não sabia muito bem se dava, e com 3 meses só, não daria para ao menos tentar trabalhar. E ainda, ir agora em setembro, ficar lá 6 meses e tentar arrumar alguma coisa pra empatar os gastos, perderia o semestre, mas aprenderia outro idioma em bem menos tempo que fosse aqui no Brasil, e claro estaria um pouco mais perto do namorado.
A decisão era quase certa, ia ver quanto ao curso de 3 meses, se não valer a pena, pelo custo benefício, farei o de 6 meses, ambos saiam caro, mas tinha que fazer valer. Então, recebi o orçamento, de 4 meses... e vi que não valia a pena, o valor era muito pouco inferior, e a passagem diferença de aproximadamente R$ 200,00, então, não valia a pena.
Segunda, dia 20/7, o dia do Amigo, eu fui conversar e ver mais detalhes... encontrei, por acaso, o um homem que foi colega (indireto) de trabalho, o qual eu tinha ficado sabendo que o filho tinha a pouco voltado de Dublin. Seria um sinal? Já fui conversando com ele, e pedi se podia tirar duvidas e se o rapaz poderia me dar umas dicas (eu ainda não tinha decido), o colega foi muito atencioso, passou o telefone do filho e disse que avisaria que eu ligaria. Encontrei uma amiga, e já lhe adiantei os fatos. Fui até a operadora, conversei, tirei duvidas, e fiquei de decidir.
Vim para casa... conversei... e decidi, o que já estava decidido. Eu iria. Seis meses, num país que sei pouco (vou estudar é claro), falo somente frases prontas em sua língua, só com um conhecido (uma colega da UCS, que foi de novo agora em Junho, porque amou de paixão o país). Com a grana meio contada, numa ilha, a mais de 12h de vôo de casa, no hemisfério oposto, e muito mais coisas, que assuntam a muitos, mas a mim, me atrai!
Hoje quarta dia 22/7/2009, eu fui preencher alguns papéis, amanhã já irei com meu pai, fazer a transferência do dinheiro, torcendo para ol cambio ser mais favorável. Sabem, as vezes nos dizem, que quando não dá certo uma coisa, a gente não deve insistir, por que de certo não era pra ser. Faz sentido, mas não ligo muito, contudo, de qualquer forma, não insisti, não vou ir pra Portugal. Por outro lado, minha mãe logo disse, fecha-se uma porta, abre-se outra, quem sabe algo melhor não me espera? Medo de não ser como eu espero, embora TODOS dizem que é maravilhoso... não tenho. O ridículo é se acomodar. Bom ou ruim, poderá ser aqui, em Portugal, ou num hotel em Fernando de Noronha de graça, basta não estar fazendo o que se quer muito, e de coração.
Sinceramente, não acredito que será ruim. Poderei não ir a tantos lugares quanto queria... mas quem disse que eu quero parar? Ainda mais se gostar... Conviver com outras culturas, ter experiências novas, aprender e praticar outro idioma no dia-a-dia, conhecer lugares, histórias, estórias... e mais, sentir falta de quem se ama e dar mais valor ainda. Isso também é a prender!
Uns podem dizer que de nada vale, que é um dinheiro mal empregado, que não vai me agregar nenhum valor profissional, que eu poderia investir em outras coisas, embora eu ache que na parte de emprego, um inglês bem aprimorado é um bom diferencial... Enfim, poderão muitos dizer coisas que não me farão desanimar, tão pouco desistir... poderão falar que a minha família não estava pode podendo bancar isso... não quero provar nada pra ninguém, embora as vezes eu me sinta imensamente superior por ter essa oportunidade. O dinheiro se recupera, a oportunidade não. O saber não ocupa lugar... e mais, podem te deixar nu, podem te deixar sem nenhum um tostão no bolso, podem te tirar tudo, mas o teu saber: jamais.
E é por isso ser uma pena que muitos ainda andem com viseiras, e achem que não é tão importante assim a educação. É uma pena que ainda existam pessoas que não possam realizar seus sonhos, por que alguém, muitas vezes eleitos com a confiança delas, desviou a verba que iria para parte da realização desses sonhos... é uma pena, é triste mas é verdade. Lamentável, como possam ainda não deixar as pessoas ao menos, chegarem com seus barquinhos, no Porto de seus sonhos... mesmo assim, mesmo que pareça difícil, mesmo que pareça que não há outro caminho, mesmo que pareça que tudo conspira contra você... uma coisa eu afirmo: não ancore o seu barquinho esperando que alguém tire ele dali. Você mesmo vai ter que ir atráz do jeito de sair... e navegar!

Elen Concari de Aguiar, 22 de Julho de 2009. 23:35h