quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Despedidas...

Tive algumas despedidas...
uma com a moça da Alemanha no domingo depois que voltei do passeio de Tipón e etc...
choramos... mas por sorte, nos revemos em Puno, a segunda despedida não foi tão triste...

Teve a despedida na casa... quase chorei dando tchau pra Angélica e para a Sabina (da Suécia, que chegou no dia que fomos para Puno)...
Chorei dando tchau para abuelita...
Quase chorei dando tchau pro Julio...

Para a família, não cheguei chorar, mas deu um certo aperto no peito...
(não vou postar fotos deles... não sei até q ponto as pessoas podem ficar "bravas")

* * * * * * * * * *

Mas... houve uma despedida, antes da "despedida" final, que foi meu último dia na GARDERIA...
Este foi o ultimo trabalho que dei para turminha maior fazer... meia bandeira do Brasil meia do Perú!

 Eu estava me contendo... entreguei umas flores para Irma - representando todas... depois do dia normal, disse tchau para Irma, ganhei um cartão...
Capa do cartão...
 Esta foto, veio dentro ao lado da parte escrita...
 No horário de ir... dei tchau para as profes... e quando fui dar tchau para as crianças umas das profes disse "digam tchau para profe Elen... ela não vai vir mais..." e todos juntos deram um tchau tão alto e tão forte... e sinceramente... foi impossível...
Andei umas 3 quadras chorando... e só isso...

* * *

Ficar 7h no aeroporto de Lima e comer um sanduichinho de R$ 13,50 em SP... não foi tão cruel quanto dar tchau...

Ou seja minha volta foi tranquila...

Lago Titicaca - Taquile

Só não dormi melhor porque não era minha cama!
O café da manhã foi ótimo! Panquecas com chimia de morango!

Nos despedimos da ilha e partimos para Taquile.

Roubei do Wiki também:

"La isla de Taquile (Intika en quechua), en el lago Titicaca, pertenece al distrito de Amantaní, Puno, Perú y está situada a 45 km de la capital regional. Cuenta con una población aproximada de 2.200 habitantes. La villa principal se encuentra a 3.950 msnm y el punto más alto de la isla llega a los 4.050 msnm. La isla pertenece al dominio lingüístico del idioma quechua y el gentilicio de sus habitantes es taquileño/a.
Intika fue parte del Imperio Incaico por lo que hasta el día de hoy se pueden apreciar algunos restos arqueológicos. Esta isla fue una de las últimas localidades peruanas que capitularon frente a los españoles en el siglo XVI. Posteriormente fue tomada en nombre del emperador Carlos V y finalmente pasó a la corte de Pedro Gonzales de Taquila, de cuyo apellido se desprende hoy su nombre. Los españoles prohibieron la vestimenta tradicional incaica, por lo que los isleños tuvieron que adoptar la vestimenta campesina que hasta el día de hoy usan. Es estrecho y largo, fue utilizado como prisión durante la Colonia Española y en el siglo 20. En 1970 pasó a ser propiedad del pueblo de Taquile, que han habitado la isla desde entonces."

 Em taquile seguimos o guia em uma trilha até o centro da ilha que cerca de uma hora... vista muito bonita...
Pararam na "praça" o guia de uma breve explicação da ilha e seguimos para o local de almoç, onde la nos deu uma GRAAANDE explicação sobre alguns costumes. O que mais me chamou atenção foi as mulheres casadas presentearem os maridos com uma pedaço dos seus cabeços e estes, trançaream junto ao seus cinto os cabelos delas...

 
 
 
 
 

Mas seguindo, quando o guia falou o preço do almoço, eu fui a única alma chata que disse, não tá meio caro... Ofereciam Sopa de quinua de entrada, truta grelhada, arroz, fritas, salada - por s/.20,00, eles até ofereceram por 15, sem a sopa, mas ainda tava meio fora... e fui buscar outro...
Não muito longe dali uma senhora fez sinal se queria comer... perguntei quanto, disse "15" disse "10" ela disse ok...
Perguntei o que me oferecia por 10... surpresa... o mesmo!
Recusei a sopa pq não tinha tanta fome... e peguei o lindo para abaixo!

Depois terminamos o passeio com a descida das mais de 500 degraus até o barco... e voltamos para Puno...

 
 
Em Puno, as meninas, eu e um rapaz japonês que estava solito, fomos comer uma pizza e na volta tomamos uma ducha, que daí sim estava ótima, no quarto da Kerry (que ia ficar mais uma noite) e depois partimos em direção a rodoviária... lá esperamos por mais de 1h... mas até que passou rápido e a volta dormi tranquila no bus... chegamos em Cusco nem 6h...


Lago Titicaca - Amantani

Roubei do Wikipedia tá... sinceramente não achei bons texto em português...

" La isla de Amantani, perteneciente al distrito del mismo nombre en la Región de Puno, Perú, se encuentra al este de la península de Capachica, al norte de la isla de Taquile, en el Lago Titicaca. Es de forma casi circular con un diámetro promedio de 3.4 km. Alcanza una superficie de 9,28 km², siendo la mayor isla de la parte peruana del lago. Su altura máxima, en la cima del monte Llacastiti es de 4150 m s.n.m., es decir 320 m sobre el nivel del lago (3810 msnm)
La población es de aproximadamente 800 familias, repartidas en las 8 comunidades de Santa Rosa, Lampayuni, Sancayuni, Alto Sancayuni, Occosuyo, Incatiana, Colquecachi y Villa Orinojón1 más el pueblo. Su principal medio de subsistencia es la actividad agrícola; producen papas, ocas, cebada y habas; en la actividad pecuaria sobresalesn los bovinos y vacunos. Su actividad textil es semejante a la de Taquile, tanto en variedad como en diseño. Debido a la existencia de roca granítica en el cerro Llacastiti se ha desarrollado una actividad de corte y tallado de utensillos para el uso cotidiano y para elementos decorativos en la construcción.
La ocupación de la isla se remonta a la época pre Inca. Por los años 1580 la isla fue vendida por el Rey Carlos V al español Pedro González.2
Desde ese momento la isla estuvo en manos de los gamonales descendientes de los españoles. A comienzos del 1900, como consecuencia de las fuertes sequías, los hacendados comenzaron a vender las tierras a los nativos. Aproximadamente en los años 1950 los campesinos de Amantani habían adquirido casi la totalidad de la isla. Han adoptado una organización basada en el parentesco y en la reciprocidad del trabajo de la propiedad familiar de parcelas de tierra."

Vou encurtar a história. A última 1h da viagem foi terrível, sinceramente achei que o barco ia virar... mas disseram que era normal... passei meio mal...

Chegamos, cada grupo conheceu sua família, eu e as gurias e mais outra moça, Kerry (do Canadá) ficamos juntas na mesma casa.



Almoçamos, e de companhia a gente teve um galinha, mas o almoço estava ótimo - entrada uma sopa de legumes com "quinua", não sei se é assim que se escreve, e de segundo arroz, batatas, tomates, e não me lembro mais o que...

Saímos e tínhamos 3 opções de passeios, eu a Charlotte optamos pela "mais difícil" que era subir até o alto da montanha... (que depois de H. Picchu tudo é fácil).

Foi muito bom ter ido, o caminho é lindo e a vista é muito bonita...

 
 
 
 
 Na volta, janta... parecida com o almoço, e depois tivemos uma festa com direito a trajes típicos, foi muito divertido amei tudoooo!


(Lembrem-se de levar uma gorjetinha para os músicos e principalmente para a família... eles merecem!)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Lago Titicaca - UROS

** Só um detalhe antes - sabe a Stefie, da Alemanha, acredite, ela tava no mesmo tour... a gente se viu parecia amigas de 50 anos! Mundo é pequeno mesmo. **

Primeiro uma prévia fornecida pelo nosso operado de turismo:

LAGO TITICACA

* La cultura Aymara es la que predomina en la región, tanto en ancestros como en lenguaje,
y se extiende por un amplio territorio del sur del Peru y Bolivia.

* El Lago Titicaca está entre los países de Peru y Bolivia. A Peru le corresponden 4.772 km²,
y a Bolivia 3.790 km².

* Un viaje de un extremo al otro del Lago toma un aproximado de 7 días en velero.
 El oceanógrafo Jacques Yves Cousteau pasó 8 semanas usando mini submarinos para
explorar las profundidades del Lago Titicaca y descubrió una rana de 60 centímetros de
largo que aparentemente nunca emerge a la superficie.

* Al contrario del resto de comunidades andinas, son los hombres y los niños quienes hacen
los tejidos en la Isla de Taquile, en lugar de las mujeres.

 Nossa primeira parada foi nas Islas flotantes de Uros... mais ou menso 1h de barco do Porto de Puno.

"...los habitantes que aun mantienen las costumbres heredadas por parte de sus ancestros que habitaron en esta isla desde hace 500 años.
Conformando la tribu de los uros quienes tomaron esta isla para vivir alejados de los Incas y los Collas, lugar donde hicieron de la totora (planta que crece en este lago) su principal material para fabricar sus caballitos de totora que los utilizan para pescar y para la fabricación de sus casas."

Eles mantém um idioma deles - diferente do Quéchua - além de manter a uma vida simples e minimalista quase que ao extremo.

Mas definitivamente o mais intrigante são aa ilhas mesmo!

Detalhe, eles tem maquetes da ilha para o guia usar enquanto explica!
 
 
 
 
 

Cusco - Puno

Noite de 29/11... Eu, Angélica (a moça dos EUA) e Charlotte (da Suécia) saímos rumo a Puno, para poder visitar o lago Titicaca.

O passeio custou s/.250,00 e incluia:

* Bus ida e volta (Cusco - Puno - Cusco) a noite, bus "1ª classe" (Marcopolo hahahahahah q coisa não?!)
* Traslado estação Puno até um hostel
* 2 Duchas no hostel
* Traslado ida e volta do hostel até o porto de Puno
* Passeio de barco com guia saída sexta retorno sábado;
 - visita nas ilhas de Uros, Amantani e Taquile.
 - almoço, janta, pernoite e café em casa de família (com quarto compartilhado) em Amantani.

A viagem dura em torno de 6 horas e pegamos o bus as 22h30...

Foi uma viagem bem tranquila e sem nenhum problema, exceto pelo frio. Estava uns 6º menos que Cusco... no mínimo, e por ser cedão, estava pior ainda!
Mas tudo certo.

Fomos pro hostel "tomei" um banho numa ducha bem ruinzinha, mas tudo bem também...

Estavamos pensando em tomar café na hostel, mas estava meio caro (de 5 a 10), então fomos no mercadinho que tinha na frente e nosso café não saiu nem por 2 soles! Suquinho e pão com manteiga!

DAÍ fomos para o Porto!

Museo de la Coca!

Em algumas das andanças para catar atal da pedra dos 12 angulos, achei o Museo de la Coca...

Recomendo!

A entrada é 5 soles para estudante ou 10 normal, ou nada se você comprar alguma coisa (mais ou menos desses valores) na lojinha! - No fim gastei 27 mas "chorei' por um chocolate de coca... e ganhei! (clássico meu fazer isso!)

O museu é pequeno mais muito bem elaborado. Vai desde "a folha de coca é sagrada!" até a "coca - cocaína", chagando a Coca-cola! hehehehe

Segue algumas fotos que acho válidas...

 Parece café... mas não é!!! Tem quase os mesmos efeitos tb...

 
 
 Achei muito dramático isso, mas bem legal para se fazer pensar...

 Olha quem tá lá do lado...
 Falta de potássio? TÉ DE COCA!
 A DEUSA da COCA...
CRIANÇAS! Não façam isso em casa! É SÉRIO...
*** E sério, tu tava pensando em usar isso... tem certeza? ***

Mas o chá e toooodo resto... não tem NADA a ver com isso...


Reencontro!

Não posso precisar uma data, e o ano creio que foi em 1994 ou 95.
Houve uma feira de artesanatos aqui em Caxias chamada Mercoarte, onde pessoas do Brasil e America do Sul estavam expondo seus artesanatos.
Minha mãe sempre adoração pelo artesanato Peruano, e então paramos em uma das barraquinhas que estava escreito "Cusco-Peru"... conversa vai, conversa vem, descobrimos que o sobrenome do casal que lá estava era Aguirre, meu pai, como de costume, comentou que nosso sobrenome era Aguiar, enfim que era parecido etc etc... tracamos endereço e telefones.

Por alguns anos nos comunicavamos com digamos uma certa frequencia... mas infelizmente isso depois se perdeu... mas o endereço do cartãozinho de visitas... esse não!


Eis que sabendo que estava indo para o Perú, justamente Cusco, minha mãe me lembra de tentar procurá-los!
Para encurtar caso! Liguei da "minha" casa no peru, e a Dona Celina estava! Logo marquei de ir no mesmo dia!
Foi muito legal revê-la! Em torno de 8 anos depois! A visita foi curtinha na segunda-feira... mas me convidou pra voltar no dia seguinta (27/11) para almoçar...
Terça, então lá estav eu! Cardápio: Arroz, feijão (para eu recordar o Brasil) e carne de alpaca (para provar algo típico do Perú) não podia ter sido melhor!

Agora, o contato poderá ser mantido graças as novas tecnologias, que quando bem utilizadas sempre são bem vindas!

Tipón Y Pikillaqta

Não posso negar que já estava me cansando de ver tantas ruínas... mas como eram as últimas lógico que não iria deixar de ir! E claro, completar o boleto turísco!

Não tenho a dizer, mas gostei de uma forma geral... Ambos são "próximos" do centro de Cusco e bem pouco visitados em comparação aos outros.,


Começamos por Típón, e eu achei muito bonito mesmo, bem cuidado o local e ligeiramente diferente dos outros também, mais "plano"!
 
 
 
 

Depois fomos para Pikillaqta que parecia meio deserto, e talvéz por ser pré-inca, ou seja, mais antigo ainda que os outros tinha um ar de veeelho, bem veeelho. Contudo, mostrou uma "arquitetura" deferente de TODOS!

Se fosse fazer "avulso" eu voto em Tipón pela beleza, mas o Pikillaqta pela contexto histórico mais forte...
 ]
Momento impar registrado no - conhecidência ou não - último local que eu fui do boleto e o último da lista!
 
O último local que fomos foi uma igreja em Andahuaylillas... sinceramente, muito bonita... mas é ouro demais em um local, assim como Brasil, que deveriam ter escolas... Paguei 5 soles como estudante, mas digo, se você não puder pagar assim, vai pagar 10, e, para ser franca, se você, assim como eu não vê tanta graça em igreja - ainda mais quanto tem que pagar e não pode tirar foto - não vai, pega esses 10 e gasta no museu da Coca (que portarei em breve) que vale beeeeeeeem mais!

 
PS. Roubei estas fotos da net... pq fiquei tão puta que não podia tirar foto dentro, que nem me animei tirar foto fora...

Traditional Gaelic Blessing

May the road rise to meet you,

May the wind be always at your back.

May the sun shine warm upon your face,

The rains fall soft upon your fields.

And until we meet again,

May God hold you in the palm of his hand.

May God be with you and bless you:

May you see your children's children.

May you be poor in misfortune,

Rich in blessings.

May you know nothing but happiness

From this day forward.

May the road rise up to meet you

May the wind be always at your back

May the warm rays of sun fall upon your home

And may the hand of a friend always be near.

May green be the grass you walk on,

May blue be the skies above you,

May pure be the joys that surround you,

May true be the hearts that love you.

O PORTO (Uma pequena grande história de porque tudo isso...)

A tomada de uma decisão que faz-se equivalente a um divisor de águas em nossas vidas, pode trazer-nos muitas expectativas as quais nem sempre se realizam... No meu caso, decidi ter a experiência de ir para Irlanda, Dublin, num pais que fala-se outro idioma (o inglês), o qual, por sinal sei muito pouco. Bem, acho melhor começar desde de o começo...
Em meados de 2008, acho que foi final de Abril, um amigo de Jéferson, meu namorado, foi até a casa dele e o convidou para ir com a banda deles a Portugal. A idéia era ficar 6 meses, estudando e fazendo alguns shows pela Europa. Meu namorado já havia pensado nisso na sua adolescência, mas ainda não tinha parado e verificado a real chance.
Já eu, tinha o sonho, de até meus 22 anos, passar um tempo fora do Brasil. De início queria Cuba, depois Espanha, depois México, mas realmente não tinha pensado em Portugal. Pois bem, ele ficou pensativo. Como seria? Os dois longe? Eu me importaria? Foi aí que eu disse “e eu não posso ir junto?” e aí ambos tivemos a surpresa feliz, além de irmos “namorando”, tínhamos ganhado um parceiro de viagem...
Fomos então ver como funcionava irmos pela UCS... para qualquer país que não fale-se português, teríamos que fazer uma prova de proficiência e atingir um resultado muito bom... nem tentamos, seria perda de tempo... Então vamos lá! Portugal... E aí a primeira chateação: para o 2º semestre de 2008, não havia mais tempo. Desistir? Não! Eles apenas teriam que arrumar outro baixista para ir com a banda... Acho que no fim, só foi mesmo o cara que convidou...
Depois disso, surgiu outro plano, ir com banda dele, mas não no 1º semestre de 2009, no 2º, para banda se preparar... Eles teriam 1 ano e 4 meses para isto... E para onde iríamos? Bragança, uma cidade no Norte de Portugal, pequena mas muito bonita. Tentaríamos os quatro, eu, ele e os dois amigos da banda.
E foi assim até Março de 2008, “preparando”, pesquisando. Bragança seria mais fácil, pois fomos informados que não havia procura para lá, então não haveriam concorrentes. Não era uma cidade tão famosa, portanto, não tinha um custo de vida muito alto, o que para nós seria ótimo, já que na Europa tudo é mais caro...
O tempo passou, até que bem rápido, e chegou o “dia” de irmos ver para nos inscrevermos... nesse meio tempo, já desconfiávamos que os dois amigos do Jéferson, não iriam, mas nós dois não iríamos desistir. Pois aí que tivemos a segunda chateação: não havia mais convênio com o Instituto Politécnico de Bragança, assim, só nos restava: o Porto.
Porto é uma das cidades mais turísticas de Portugal, cidade litorânea, onde também são fabricados os famosos vinhos do Porto. Assim, já ficaria ao menos uns 30% mais caro para se viver. Mas ok. Vamos lá... não seria um custo de vida um pouco mais elevado que iria nos impedir!
Mas aí vem a terceira chateação. Não haviam nem 3 dias que tinha ido lá e ficado sabendo de Bragança, e eis que ouço um zum zum zum “a UCS quer cobrar 12 créditos do curso para os estudantes fazerem intercâmbio”. Nossa! Doze créditos, aumentava para mim uns R$ 2.500,00 e para Jéferson uns R$ 4.000,00. Daí sim, estávamos de certa forma condenados a não irmos, ao menos não agora! Foi a primeira vez que chorei por causa disso.
Revolta vai, revolta vem, manda e-mail, manda ofício. Até que uma boa notícia: não vão cobrar ainda isso. Pensamos “ufa” e começamos a ver todos os documentos necessários. Na correria de tudo, uma quarta chateação, era um pré-requisito ter 50% do curso concluído, eu tinha eles exatos, mas meu namorado, em torno de 43%... será que daria? E conversa vai e vem, ele pôde se inscrever, mas ficou com um pé atrás.
Em 9 de Junho, numa terça de tarde, fomos num evento de pré-embarque da UCS e ficamos sabendo que da faculdade dele, a Fernando Pessoa, tinham duas vagas, e dois inscritos, ele e uma menina também da Engenharia Ambiental. Da U. do Porto, tinham 10 vagas, e 5 inscritos, eu e mais 4 meninas, cada uma de nós de cursos e áreas diferentes. Depois de saber que tinha sido “selecionada” pela UCS, foi uma das minhas primeiras alegrias. Porém, achei estranho, 2 meninas da U.P. já tinha recebido carta de aceite. Mas eu e mais duas, nada... ainda assim, a esperança é última que morre, mesmo embora eu soubesse que uns 80% das pessoas inscritas, dos mais ou menos 60, já haviam recebido resposta, ou ao menos um e-mail, eu não desanimei.
Foram se passando os dias, até que em 18/6 fui ver se eles sabiam de algo, e fiquei sabendo que a carta dele já estava a caminho: ele tinha sido aprovado, fiquei feliz, mas também fiquei sabendo em seguida que a minha e mais uma menina da U.P. estava sob análise ainda. Fiz a matrícula. Demorou mais umas 3 semanas e a carta dele chegou por e-mail.
Neste meio tempo, me comuniquei com a outra menina que esperava resposta como eu. Pude compartilhar o sentimento de angustia com alguém, isso fez muito bem... Mas uma coisa era real, algo estava me deixando pensativa. Eu pensava que iria dar certo, mas tinha um palpite que não. Sexta, dia 10/7, procurei no site da U.P. informações... o que tenho a dizer... fiquei muito deprimida, vi que para o curso de economia, o qual eu estava inscrita, (já que o curso de Administração de Empresas é um curso de pós, então se faz Economia e Gestão) só tinham 8 vagas para América Latina, e o pior, com preferência para inscritos em outro tipo de programa, ou estudantes da área, que na realidade, a minha não é exatamente economia...
Para valer, foi a segunda vez que chorei. O Porto, estava ficando cada vez mais longe. Contudo, eu ainda tinha esperança que estivesse “lendo” as informações de forma equivocada. Mas já estava me preparando, mas eu tinha que parar de ser egoísta...
Segunda, dia 13/7, acordei pensando o que seria um dia bom, já que na noite passada, havia implorado uma ajudinha dos céus, para que eu tivesse essa semana, uma resposta. Seja ela qual fosse! Realmente, foi uma segunda bastante agradável, pude adiantar alguns papéis para o visto e recebi a última nota que faltava da UCS, um 4 em RH2. Terça, comecei o dia com mesmo pensamento, estava além de tudo feliz porque ia folgar sexta, quinta de tarde ia pra minha vó, campo, ar fresco, tranqüilidade, mas no meio da tarde, começou um angustia fora do normal, um “não sei o que” tão monstruoso que fez eu roer minhas unhas (de novo) de uma forma que fazia tempo que não fazia.
Na terça ainda, mandei um e-mail pro pessoal do Intercambio da UCS, perguntando, se “será que não está demorando porque pedi muitas matérias, e eles não podem aceitar... diga que não farei todas, é só pra ter mais opções...”. De noite nossos vizinhos jantaram aqui, foi muito agradável, conversei sobre a viagem, mas não deixava de colocar um “se” na frente de cada frase que se referia a minha viagem, na verdade o tempo inteiro foi assim. Na quarta de manhã, acordo com o telefone, dei um salto da cama. Era o Jeferson, tinha ido a POA, se informar sobre o visto, e iria ao aeroporto autenticar a carteira de vacinação, etc. Ele me ligou e falou que só estavam marcando o visto pra depois de 13/8, com mais aproximadamente 40 dias mais, só iríamos viajar final de Setembro, fiquei apreensiva já que nem sinal da minha carta.
Resolvi ligar para o consulado, agendar uma data, como se tivesse tudo certo, caso não desse, eu desmarcava. Acabei ligando e caiu num outro local, tentei novamente, e deu ocupado, achei que o número podia estar errado, então liguei para informações de Caxias, mas eles não tem dados de POA. Aí que eu fiz a ligação mais horrível da minha vida até hoje. Liguei para o escritório de intercâmbios, para confirmar o número do consulado. Quando comecei a explicar a idéia, a moça do outro lado da linha começou mais ou menos assim: “Elen, a gente recebeu teu e-mail, e na verdade a gente já tem uma resposta (essas alturas eu já sabia)... é infelizmente foi negativa...” o meu coração nunca bateu tão rápido e descompassado. Vi o quanto o ser humano não está preparado para receber um não, ainda mais quando é um não para um sonho, uma expectativa. Apenas consegui pedir porque, ela respondeu, era sobre as 8 vagas, muita gente recebeu não, eu fui uma dessas pessoas. Eu disse que já sabia. Disse com a maior das falsidades que pude encontrar: “é né, fazer o que... não deu não deu”. Desliguei.
Agora vem a realidade. Gritei. Gritei um “que meeeeerda” tão alto, que não sei como os vizinhos não vieram ver. Coisas voaram nas portas do guarda-roupa, tive vontade de rasgar todos os papéis que falavam do intercâmbio. Chorava. Chorava como se tivesse perdido um ente querido. Chorava de raiva. Senti muita raiva, porque deixar a gente esperando tanto tempo para dizer não. Fui tomar banho. Chorei mais, quebrei o cabo da minha escova de cabelo quando atirei ela no chão. Agradeci, afinal, eu tive uma reposta na semana que queria, e o melhor, estava em casa. E o tempo todo, a minha cachorrinha Luna, ficou ao meu lado, não podia dizer nada, mas colocava as suas patinhas da frente na minha perna e deitava sua cabaça na minha coxa... chorava de ver ela ali comigo...
Voltando a minha breve conversa por telefone, com a moça da UCS, no final da conversa, ela mencionou que se desejasse eu podia passar até 3 meses em Portugal como turista, sem visto, ou então, tentar outro intercambio, por outro meio. Enquanto tomava banho pensava... fui trabalhar. Peguei o ônibus, e fui em pé. Não sorri o tempo todo. Cheguei no serviço, pude dissimular bem, acessei meu e-mail, e li a tal resposta. Tinha de olhar para cima para não chorar de novo. O dia não rendeu nada, porém não perdi tempo, mandei e-mails pras 3 operadoras de intercambio que conhecia. Uma, acho que não entendeu muito bem o que eu escrevi, disse que não tinha nada para Portugal, mas eu já não queria mais ir pra lá, outra até agora não me respondeu nada, e uma delas, respondeu meu e-mail. Tinha três propostas a princípio, já para ir em Setembro, Espanha, sem “visto”, mas sem possibilidade de trabalho; Inglaterra, “sem” visto como estudante, sem trabalho, se quisesse o de trabalho, teria que ir até o Rio de Janeiro, e era bem mais difícil ou, a mais em alta, Dublin, na Irlanda, visto de seis meses com possibilidade de trabalho.
Em pouco tempo, já estava tudo “analisado” e “decidido”: eu iria para Dublin. Mas é claro, conversando com os mais próximos, conselhos sempre são repassados para se pensar bem, analisar com calma, ver se valia a pena perder um semestre de aula só pra dizer que eu fui e ponto. A minha cabeça doía como fazia tempo que não doía. Fui para a última aula de inglês. Era dia de prova, não sei como fiz toda ela, e ainda acho que fui bem, em talvez 20 minutos. Meu pai foi me buscar. Eu quase chorei, mas não chorei pra não deixar ele nervoso.
Vim pra casa, algumas palavras, e silêncio, palavras e silencio. Pegamos meu namorado na casa dele. E novamente, palavras e silêncio. Cheguei em casa, dei um abraço na minha mãe, e chorei. Ela chorou também. Todos estavam tristes. Daí eu disse à ela que eu não ia desistir, e ela disse que sabia disso. Conversei rapidamente com meu pai, minha mãe e meu namorado sobre as minhas idéias. Meu pai, disse que o que eu decidisse ele daria um jeito e assinava em baixo. Já minha mãe e meu namorado, disseram para eu pensar antes de tomar qualquer decisão. Eu, ainda chorei mais uma vez, junto com meu namorado.
Quinta acordei com uma estranha felicidade. Fui trabalhar, fiz o que tinha que fazer. Mandei mais uns e-mails. O dia rendeu. Deu 13h e comecei me arrumar para sair, íamos pegar a estrada. Conversamos muitos sobre as propostas. Fiquei de usar o final de semana para decidir. Chegando na minha vó, contei mais ou menos o que tinha acontecido. Minha madrinha lamentou muito. Na mesma noite fiz um balanço das idéias que tinha em mente: não ir, terminar o estágio, ficar mais um ano, e ir em seguida... mas pra onde seria? Portugal de novo? Não obrigado. Afinal, eu não teria proficiência suficiente em outro idioma, então me restava ali, ou África, que não me atrai tanto, não por nada, só não é bem o que queria. Poderia usar a idéia do Jeferson, para não perder o semestre inteiro, ir e fazer um curso menor de 3 meses, daria tempo de juntar mais dinheiro, e se eu gostasse, ficaria, mas isso, eu não sabia muito bem se dava, e com 3 meses só, não daria para ao menos tentar trabalhar. E ainda, ir agora em setembro, ficar lá 6 meses e tentar arrumar alguma coisa pra empatar os gastos, perderia o semestre, mas aprenderia outro idioma em bem menos tempo que fosse aqui no Brasil, e claro estaria um pouco mais perto do namorado.
A decisão era quase certa, ia ver quanto ao curso de 3 meses, se não valer a pena, pelo custo benefício, farei o de 6 meses, ambos saiam caro, mas tinha que fazer valer. Então, recebi o orçamento, de 4 meses... e vi que não valia a pena, o valor era muito pouco inferior, e a passagem diferença de aproximadamente R$ 200,00, então, não valia a pena.
Segunda, dia 20/7, o dia do Amigo, eu fui conversar e ver mais detalhes... encontrei, por acaso, o um homem que foi colega (indireto) de trabalho, o qual eu tinha ficado sabendo que o filho tinha a pouco voltado de Dublin. Seria um sinal? Já fui conversando com ele, e pedi se podia tirar duvidas e se o rapaz poderia me dar umas dicas (eu ainda não tinha decido), o colega foi muito atencioso, passou o telefone do filho e disse que avisaria que eu ligaria. Encontrei uma amiga, e já lhe adiantei os fatos. Fui até a operadora, conversei, tirei duvidas, e fiquei de decidir.
Vim para casa... conversei... e decidi, o que já estava decidido. Eu iria. Seis meses, num país que sei pouco (vou estudar é claro), falo somente frases prontas em sua língua, só com um conhecido (uma colega da UCS, que foi de novo agora em Junho, porque amou de paixão o país). Com a grana meio contada, numa ilha, a mais de 12h de vôo de casa, no hemisfério oposto, e muito mais coisas, que assuntam a muitos, mas a mim, me atrai!
Hoje quarta dia 22/7/2009, eu fui preencher alguns papéis, amanhã já irei com meu pai, fazer a transferência do dinheiro, torcendo para ol cambio ser mais favorável. Sabem, as vezes nos dizem, que quando não dá certo uma coisa, a gente não deve insistir, por que de certo não era pra ser. Faz sentido, mas não ligo muito, contudo, de qualquer forma, não insisti, não vou ir pra Portugal. Por outro lado, minha mãe logo disse, fecha-se uma porta, abre-se outra, quem sabe algo melhor não me espera? Medo de não ser como eu espero, embora TODOS dizem que é maravilhoso... não tenho. O ridículo é se acomodar. Bom ou ruim, poderá ser aqui, em Portugal, ou num hotel em Fernando de Noronha de graça, basta não estar fazendo o que se quer muito, e de coração.
Sinceramente, não acredito que será ruim. Poderei não ir a tantos lugares quanto queria... mas quem disse que eu quero parar? Ainda mais se gostar... Conviver com outras culturas, ter experiências novas, aprender e praticar outro idioma no dia-a-dia, conhecer lugares, histórias, estórias... e mais, sentir falta de quem se ama e dar mais valor ainda. Isso também é a prender!
Uns podem dizer que de nada vale, que é um dinheiro mal empregado, que não vai me agregar nenhum valor profissional, que eu poderia investir em outras coisas, embora eu ache que na parte de emprego, um inglês bem aprimorado é um bom diferencial... Enfim, poderão muitos dizer coisas que não me farão desanimar, tão pouco desistir... poderão falar que a minha família não estava pode podendo bancar isso... não quero provar nada pra ninguém, embora as vezes eu me sinta imensamente superior por ter essa oportunidade. O dinheiro se recupera, a oportunidade não. O saber não ocupa lugar... e mais, podem te deixar nu, podem te deixar sem nenhum um tostão no bolso, podem te tirar tudo, mas o teu saber: jamais.
E é por isso ser uma pena que muitos ainda andem com viseiras, e achem que não é tão importante assim a educação. É uma pena que ainda existam pessoas que não possam realizar seus sonhos, por que alguém, muitas vezes eleitos com a confiança delas, desviou a verba que iria para parte da realização desses sonhos... é uma pena, é triste mas é verdade. Lamentável, como possam ainda não deixar as pessoas ao menos, chegarem com seus barquinhos, no Porto de seus sonhos... mesmo assim, mesmo que pareça difícil, mesmo que pareça que não há outro caminho, mesmo que pareça que tudo conspira contra você... uma coisa eu afirmo: não ancore o seu barquinho esperando que alguém tire ele dali. Você mesmo vai ter que ir atráz do jeito de sair... e navegar!

Elen Concari de Aguiar, 22 de Julho de 2009. 23:35h