quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Museo Histórico Regional e Arte Contemporâneo

Segunda-feira 19.11, e decidi que iria fazer o Museo Histórico Regional – bem na verdade já tinha uma programação de fazer um museo por dia.

Este museo é também conhecido pelo nome “Casa Garcilaso”, tem 14 salas, mas sinceramente não contei se realmente visitei 14 salas... Pode fotografar sem flash.

É mais voltado pra história de Cusco, mas é legal. Não tem nada de tão especial. Particularmente a parte que mais curti é a parte onde fala do Pisco e da Culinária e também a parte que fala sobre Tupac Amaru que sei lá eu o que aconteceu de important bem no meu aniver (6 de abril) - porque quando cheguei já tinha começado o video e depois não quis ver denovo... mas não foi só por isso, ok? Pelo que pude entender esse cara, o Tupac é importante porque, se entendi bem, ele fez algo de bom para o povo Inka e mestiços (cholos).


Acho que levei 1h pra ver tudo, ou menos, mas é por aí. Se ganha tempo porque tem muitas pinturas, e, a não ser que você entenda muito, não vai ficar analisando muito tempo cada pintura. Como acabei antes do previsto, resolvi ir no Museo de Arte Contemporanea, o qual fica em torno da mesma praça (Regocijo).
 

Neste museu, como o nome diz, reune exposições de artistas Nacionais da atualidade. Não permitem fotografar, com direito, uma vez que são obras de artistas vivos e a grande maioria estava em venda!

Quando fui, havia 3 exposições: 2 de pintura e uma de fotografia,  gravado digital (não sei que técnica é essa) e pintura desses gravados.

Uma das exposições de pintura era de estilo QUE NÃO LEMBRO O NOME, mas é quando não tem forma de nada específico e logo então tudo é muito sobjetivo, até curti, mas não entendi muito bem... e outra não sei que estilo era, mas tinha como tema basico “feições e gestos” então tinha muitos rostos e tinha muita cor... amei o traço do cara que por sinal tinha sobrenome Aguirre.

Na exposição de fotografia, simplesmente adorei. O foco era mais fotos de crianças e todas muito naturais. Na sequencia tinha quadros destas mesmas fotos, mas com um trabalho digital junto, não sei explicar, e depois as pinturas destes gravados digital... se eu tivesse grana afu, tinha comprados várias coisas!

Curti tudo e acabou sendo bom, já que hoje 20.11, não acordei muito bem, e nem fui trabalhar nem saí pra nada... a “abuelita” me disse pra ficar de cama e resguardo por hoje! Querida, dá pra se sentir em casa assim... mas sinceramente... queria minha mãe hoje...    =(


El Valle Sagrado

O nome meio que se auto explica né? Os 3 locais que visitei ficam a cerca do rio Urubamba. A saída deste tour, que é o mais longo, foi as 9h e retorno previsto para as 19h.

Logo na saída sentei ao lado de uma moça alemã chamada Stefanie, ficamos juntas por toda viagem.

A primeira parada foi em Q´orao, onde se tem uma vista incrível, mas é apenas para se tirar algumas fotos, não tem nenhuma ruína perto. Paramos em um feira de artesanato... que sinceramente só serve pra encher o tempo da viagem, mas tudo bem... Seguimos, e pela manhã visitamos Pisac, a primeira parada ali foi em uma “fabriqueta” de joias e semi-joias em prata, onde tivemos uma explicação sobre como saber diferenciar PURA PRATA de outros materiais que imitam. Lógico que eles queriam que a gente comprasse algo, eu como pra variar tô fazendo a viagem de pobre, só fiquei olhando... passeamos um pouco, bem pouco, pela ciadadezinha de Pisac, e nem pude ver a tal feirinha direito, mas no fim tudo bem porque é tudo muito parecido.

Visitamos então a ciade arqueológica de Pisac, muito intessante mesmo! Principalmente a parte onde a guia contou e mostrou como e onde eram colocados os mortos, são buracos muito pequenos em uma montanha digamos que bem alta. Sério, que povo que gostavade passar trabalho, como todo respeito!

** PAUSA: Pense em uma pessoa feliz... pense em uma pessoa que já estava a duas semana sem tomar um mate (que não fosse de coca) – EU – Ahh sim, feliz por quê? Porque no banco de traz do meu tinha dois senhores Uruguayos munidos de MATE... erva mate... chimarrão! Ok, não era beeeem igual o nosso, mas tá valendo, ao menos era quente e pude saboreas duas cuias de mate amarga – bem como amooo! Entendeu porque feliz? **

Almoçamos em Urubamba, a excursão em um restaurante, eu e Stefie, embaixo de uma árvore em uma calçada perto do restaurante, com direito a um picolé depois!



 
 
 Segunda parada foi em Ollantaytambo. Outro sítio que gostei muito também, pena que tinha muito vento e gente pra burro e não deu pra ouvir todas as explicações, mas o fato é que tem um “cara” de forma natural em uma montanha que se tem vista deste sitio. E de uma forma geral é bastante interessante “como é que diabos eles contruiram umas casinhas tãoooo alto??”


 
 
 Saindo dali, fomos para Chinchero, onde a visita foi basicamente sob chuva, mas a sorte é que era em uma igreja colonial, pena que não se podia fotografar, mas achei a igreja fantástica! Pintura muito antigas e diferentes das que temos!
Chegamos em Cusco com muito chuva e tive que estreirar meu “poncho”... depois eu e a Stefie fomos jantas 1 quarto de pollo “dividido” em duas... foi realmente diver! Adorei!

Não muito longe de Cusco...


Quando comprar o boleto turístico é muito importante pedir um mapinha, caso eles não lembrem de te dar. Neste mapinha tem além dos pontos do boleto, outros pontos. Logo você vai ver que os pontos de 7 a 16 não estão beeem na Cidade de Cusco, daí talvez você pense “iii me ferrei, como é que vou fazer pra ir até cada um deles?” Você pode ir por conta de bus ou taxi dependendo de diversas condições: tempo, dinheiro, e paciencia pra ouvir atentamente a explicação. Eu cheguei a conclusão que aqui as coisas funcionam beeem melhor a base dos tours, e por fim não saí tão mais caro (uma vez que pesquisei antes as duas formas de ir).

A vantagem: paga tem um bus um guia que te deixa “na porta” dos locais, se pode saber mais pelo guia, e se ganha tempo. A desvantagem: é no tempo deles, algumas vezes você vai sentir que já podiam ter seguido e outras vezes acha que precisava de mais tempo e ao contrário de alguns tour brasileiros, SIM eles vão SEM VOCÊ! Mas não encaro isso como desvantagem.

Eu fechei os 4 tours (17, 18, 24 e 25 nov.) nos locais que vou detalhar em seguida parte por parte, por 100 soles , creio que você possa barganhar mais, mas a média é essa. A vantagem que vi, é que já conheço o serviço e sei posso confiar. Podia ter pego outro por 90, 80, seria um bom desconto, mas o barato poderia sair caro, então achei melhor não arricar.

Dia 17 de novembro, com saída as 14h e retorno previsto para as 19h para os seguintes locais: Qorikancha e Santo Domingo (que paguei a parte 5 soles como estudante), Saqsaywaman (que vem a ser a “cabeça do puma” uma vez que se saiba que Cusco antiga tinha formato de puma); Q´enqo (um local mais voltado para a religião); Tambomachay (um local de hospedagem) e Puka Pukara (um posto de controle). Infelizmente só aproveitei mesmo até Q´enqo, depois a dor de cabeça me acompanhou e não pude aproveitar muito. Mas de uma maneira geral diria que valeu a pena, a explicação do guia foi muito detalhada (até achei um pouco de mais) e eu diria que a não ser que você filme ou vá anotando, você vai se lembrar de pouca coisa depois, contudo ainda assim é valido para se saber o que se esta vendo, ao menos no momento que lá se está!

 Qorikancha - Janelas muito simetricas...
 Saq.... sexywoman (se diz quase isso, mas não eh)
 Q´enqo e abaixo Tambomachay.

Abaixo uma fotoexplicação dos locais... hehehehe









Boleto Turístico de Cusco

Eu não sou muito a favor de visitar só lugares turísticos, por isso que antes de comprar o boleto andei por Cusco sem entrar em quase nenhum local. Mas o fato é, que para conhecer alguns dos vários sitios arqueológicos em volta e assim dar um pouco mais de valor ao lugar que se está visitando, a maneira mais interessante é comprar o “Boleto Turístico”, ideia a qual, se é que já não tem, outras cidades deveriam adotar.

De fato o boleto turístico te dá passe livre nos locais mais importantes (eu suponho que sejam bem importantes, caso contrário não teria porque estarem inclusos). Deixe explicar o termo passe livre: Tem modalidades de boleto turístico – Estudante e Normal (digamos assim) ambos na versões INTEGRAL ou PARCIAL, possivelmente tenha ainda a versão “Morador de Cusco Normal e Estudante” e “Morador do Peru Normal e Estudante”, mas não me interei sobre estas, mas sei que tem preços diferentes – o que também achei justo, deveriam fazer isso no Brasil, pra ver se param de dizer que o Brasileiro não visita seu país, mas também, como vai fazer se muitas vezes a taxa “gringo” é igual pros brazuca?

O Boleto Normal integral sai por 130 soles, mas se você tem até 25 anos e carteirinha ISIC de estudante internacional, pode comprar na versão estudante, que sai por 70 soles. Com a carteirinha de sua universidade, que tenha data de validade e de preferencia foto, mais comprovante de estudo regular, juntamente com documento com foto, se consegue também comprar o de estudante. Não vou entrar em detalhes de como, mas eu consegui comprar de estudante com a minha carteirinha da UCS e meu RG e só. Enfim 70 soles (uns R$60) dividido em 16 locais dá 4,375 soles por local... muuuito em conta!

Comprei em uma sexta, já que vale por 10 dias nessa modalidade, assim vale até outro domingo. Comecei pelo “Museo de Sitio del Qorikancha”. Na veradade não sou afcionada por museos, mas é aquela história, já que paguei e não tenho nada pra fazer de tarde, por que não?

Este museo é pequeno, tem 5 salas, mas é interessantes visitar, se gasta de 30 minutos a 1 hora em média, para ver com calma e ler também alguns dos quadros explicativos, lambrando que é só o museo, se quiser fazer a parte de cima, são mais 10 soles, ou 5 se for estudante.

Como uma primeira impressão, é cedo dizer se vale ou não a pena comprar. Mas inicialmente fica a dica que saber nunca é demais.



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Machupicchu e Huaynapicchu

O combinado era estar 7:45h lá na entrada do Santuário de Machupicchu... os ônibus (que são todos da Marcopolo) saem de 5 em 5 minutos da “parada” e a viagem de subida leva em média 30 minutos... mas só pra variar eu já estava lá em cima 7h... A subida maravilhosa e você pode sentar de qualquer um dos lados pois o bus anda em zig-zag e hora você está de um lado do penhasco hora não... no caminho pode vendo as montanhas e tudo é lindo! Próximo ao horário comibinado pode se ver os diversos guias se organizando com suas nadeiras de cores diferentes (caso você chegue lá e não tenha nenhum guia, creio que possa contrar, pois eles ficam perguntando se tens guia) sobre os idiomas, não posso afirmar, mas ouvi alguns além do espanhol, falando ingues e japonês, portugues eu não vi, mas é um espanhol tão devagar que dá pra entender muito bem... sinceramente, acho válido um guia, vai enriquecer sua viagem. Não vou relatar aqui toda caminhada por Machupicchu, você mesmo deve ir e tirar suas próprias conclusões... mas é realmente de tirar o folêgo e te faz pensar “como é que esses caras fizerem tudo isso aqui! É alto pra caramba!” e também pode parando de falar povo Inca, eram povo Quéchua, Inca era “o cara” “o rei” “o filho do sol” ok?!


 Ao final do passeio dentro da “cidade perdida”, o qual leva cerca de duas horas, verifiquei se mas alguém do grupo iria fazer a montanha Huaynapicchu , então um casal do Chile se manisfestou e então perguntei se podia “ir junto” com eles... Huaynapicchu tem 2 grupos, 8-9h e 10-11h, num total de 400 pessoas por dia, rigorosamente controlado. Dizem que a subida e descida leva em média 2h... Mas cada um faz no seu tempo, e possivelemente se você não viver como eles em local com altitude muito alta, ou simplesmente tenha facilmente dificuldade de respirar, tipo coração ou asma... sorry, não recomendo. Encurtando a história, eu comecei a subida com o casal, mas lá pelas tantas a fracona aqui cansou e eles se foram e eu fiquei, então encontrei a mãe de uma guria portuguesa (a qual também já tinha passado por mim) então subi falando com ela. Sei dizer pra vocês que muitas vezes pensei que que eu tinha fumado, comido, bebido, injetado pra estar subindo tudo aquilo... mas cada vez que ia mais alto, e via ao longe toda paisagem, lembrada que não tinha feito nada... só tinha ouvido dizer “se puder ir vá, é lindo demais...”. Sem contar que ainda quando estava na fila, em casal, creio eu de na média 65, 70 anos, disseram, “a gente foi! Até lá em cima!” Eram de Minas Gerais... me senti na obrigação de ir... Olha, não vou descrever muito também... mas me deu uma estranha vontade de chorar... não é uma subida dufícil, tem degraus talhados, mas parece que seu pulmão tem 1 terço do tamanho e não consegue respirar direito... mas já dizia Fernando Pessoa “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. E quando você chaga lá em cima, lá no topo... você sabe que superou uma parte de seus limites... parte, sim, pois a primeira fase da descida, é tão temerosa quanto a subida. Os degraus tem cerca de 15cm pra você pisar, dava meus pés de lado, e o calcanchar de um deles ficava pra fora... o melhor e descer “de bunda”. Pra ser bem sincero, da quase vontade de se jogar pra ver se consegue voar... mas isso passa logo que você tem uma leve vertingem de olha pra baixo – dica, não faça isso se você tem problemas com isso. Enfim, levei 2:30h pra subir e descer e acho que fui até que bem pra quem estava sem preparo algum. Fica a dica de ir mais leve o possível; se não quer beber água morna, leva em cantil que mantenha gelada; se você tem problemas de bixiga, melhor não tomar tanta água, pu terá que fazer xixi no mato, é nao é tão simples assim; tira as fotos na SUBIDA, e depois guarde sua máquina é uma coisa a menos ra ficar balançando; tem mosquitos; leve coisa pra sol e chuva; compre tudo que precisa em Aguas Calientes – na entrada do Santuário é tudo absurdamente caro, inclusive, cobram 1 sol pra ir ao banheiro. Mas, mesmo com todos esses detalhes, vale cada centavo!!!

Em Aguas Calientes


Na descida do trem reencontrei o pessoal. Eu não vi niguém me esperando do hostel, mas eles foram pedir informação justamente pra pessoa que estava esperando eles... daí gentilmente a moça acabou me levando ao hostel também. Mas ali tudo é muito tranquilo de localizar. Próximo ao hostel combinamos de nos encontrar as 14h.

Chegando no hostel, preenchi papeladas e fui pro quarto. Já separei as coisas e me vesti pra logo depois do almoço ir para as aguas termais.

Saí fotografar um pouco, e logo nos achamos, catamos um local pra comer, achamos um que nos ofereceu um Pisco free, pedi “Lomo saltado”, um prato típico vem arroz, batata frita e carne (eles disseram que era de gado, de fato parecia) cozida com tomates e cebola, é muito gostoso, devem experimentar!

Dali caminhamos um pouco e logo fomos para a entreda das Aguas Termais, pelo caminho vendem muitas coisas relacionas para piscinas, biquines, chinelos, protetor e inclusive alugam toalhas creio que isso são 3 soles, para entrar nas piscinas são 10 soles e mais 1 sol pra guardar suas coisas num armário com cadeado (o povo ali não é muito querido quando te atende, pelo menos conosco não foram).

Tinham dito que a Aline (que não trouxe roupa de banho) poderia tomar banho de roupa... mas na entrada onde desce para as piscinas não deixaram, então lembrem-se de levar ou se quiser entrar, terá de comprar. No fim, eles dois não entraram, mas eu que tenho cruza com peixe – acho – tive que ir! Lá nas piscinas pra variar já achei algumas pessoas e fiquei de trololó até umas 5h – vale dizer que tem uma plaquinha que “são aguas termais, não é pra praticar natação”, logo não se invente de fazer 50m costas e 50m craw que não rola!



Saimos, passeamos um pouco e depois fomos cada um seu hostel, marcamos pra jantar 21h.
Tomei um dos melhores banhos de duchas nos últimos tempos, me arrumei, desci com o net na entrada do hostel pra usar a net e esperar o guia que foi ao hostel quase 20:30.

As 21h subi até o hostel deles, fomos jantar... fechamos 30 soles, uma pizza “grande”  mais uma coca 1l, detalhe, num restaurante que o carinha que te chama pra comer (sim, porque você vai ver que TODOS locais tem alguém te chamando pra comer, fazer massagem, comprar algo, etc... chega ser chato) bem, o carinha tinha um micro macaquinho no ombro... depois de aceitarmos ficamos pensando quanto higiênico aquilo ela... mas f***-se tamo na chuva, vamos se molhar! A pizza tava muito gostosa, mas no fim decidimos por não fazer nada depois: todos podres e “amanhã” vai ser dose...
Deixei minhas coisas prontas e tratei de dormir logo pra não me atrasar pra “ponto alto” de toda essa viagem...


 

Cusco – Ollantaytambo – Aguas Calientes

Pois bem, antes de começar, deixa eu relatar o pacote turístico comprado na agencia “Peruvian Trips” com indicação da INTEJ (até o momento, recomendo) ficam ambas em alguma das galaerias que tem ao redor da Praça das Armas, mas creio que sejam todas muito parecida, a diferença é que nesta eu já testei...

U$ 260,00 – TOTAL – Incluia.

* Bus ida e volta – Cusco – Ollantaytambo

* Trem ida e volta – Ollantaytambo – Águas Calientes

* Bus ida e volta – Águas Calientes – Machu Pichu

* Uma noite em hostel quarto individual em Águas Calientes.

* Ingresso para Santuário MachuPicchu e subida em Huaynapicchu.

Pois bem, eu tinha que estar as 8h em ponto na Praça das Armas. Sabendo que a caminhada com passo lento leva 20 min, e que eu sou atucanada com horários, saí de casa 7:10, cheguei lá 7:30. Quase 8h o rapaz da agência veio me buscar, ele chamou um taxi pra irmos até a saída dos buses... e pra encurtar o caso, no final das contas, sei lá porque, me mandou de carro! Fui na frente e atráz tinnha mais 3 pessoas, amigos entre si... a viagem foi tranquila e as paisagens são muito belas por todo caminho.

Cheguei em Ollantaytambo quase 10h, o trem saía só as 11:15. Fiquei vagabundeando um tempo quando eis que ouço um idioma familiar... heheheheh

Puxei papo, dois amigos – Aline e Fabiano – se conheceram em algum site de mochileiros e estão viajando junto, alguns outros do grupo estavam na trilha inca. Não preciso dizer que já em “meti” no meio deles e ficamos de trololó até a hora do trem.

No trem, INKA RAIL (importante dizer que tem 2 empresas, tem a Peru Rail também, e também existem classes no trem, logicamente eu estava no mais barato de todos! E por acaso eles também...) me sentei na poltrona 1, e estrava junto com uma pequena excursão de Americanos.
Fomos conversando quase o caminho todo...


A viagem também foi tranquila, tirando as 32492384 buzinadas que o trem dá no caminho mas compensa pela vista e ainda servem alguma bebida (no alcólica) na trem... não precisa de mais luxo que isso... fato!

Sexta-feira de net

Pela manhã na escolinha foi tudo bem tranquilo até. Tirei o dia pra praticamente organizar as coisas por ali, afinal é simplesmente impossível para as profes terem tempo de fazer isso. Segunda possivelmente continuarei.

Pela tarde tratei de lavar a roupa e depois disso deixar as coias “engatilhadas” pra não ter que sair correndo sábado de manhã.

Depois disso fui para o “centro” para comprar algumas coisas também para o final de semana e em seguida catar uma net. Tentei no starbucks mas tava um lixo, então fui de novo do centro de informações. Não parace mas se cada vez se gasta 1 sol, em um mês isso dá quase uma refeição, então no que se pode economizar tá valendo.

Acho que fiquei na net quase 2 horas, mas deu pra postar algumas coisas e ver outras. Ninguém é de ferro, não consigo mais ficar muito mais que 2 dias sem net. Triste mais é verdade.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Uma pizza com as profes

Ontem (07-12) além de fazer brigadeiro e dar uma provinha pra todos aqui na casa, também fui convidada pela diretora da escolinha para ir com elas comer uma pizza em comemoração do aniversário da profe Tânia (aquela que estou ajudando no momento).

Desci cedo pra achar o local (na Av. Cultura) segui andando na direção que me deram, fiz uma chamada para fixo pro meu bem, embora tenham cobrado como se fosse pra celular, mas tudo bem... depois fui procurando o local e achei meio que sem querer. Fui caminhar pra fazer hora. Comi uma “torta con helado” 5 soles (um pedaço de torta de chocolate muito boa com uma bola de sorvete de ‘chiclete’), depois fui um pouco na net, que não estava previsto mas até que rendeu.

Quando eram 17:50 saí em direção da pizzaria... cheguei pontualmente as 18h... alguns minutos depois chegou a diretora e depois foram chegando as outras profes. Conversamos sobre dirversas coisas, inclusive soube que a diretora tem uma amiga que vive no RS!!!

Depois, pude então provar a tal da INKA KOLA – bem boa, lembra nosso Guaraná, sabor tutti-fruti. Tomei também sangria (que sinceramente não sei como é preparada no Brasil) mas sei que aqui tinha um vinho meio doce, um refrigerente sei lá do que e tinha umas maçãs picadas beeeem pequenas, curti!

No final das contas, a diretora foi quem pagou toda a conta, que pelos meus cálculos teria dado pra mim uns 15 soles. Tomamos mais uma jarrinha de sangria, e partimos. Resolvi pegar um taxi, pareceu mais seguro, e depois por 3 soles... sinceramente, no Brasil isso você já paga MAIS que isso só por sentar no carro!

Foi uma noite muito agradável, agor fiquei de retribuir, fazendo alguns bringadeiros... sinceramente: pra mim isso não é nada difícil... =D

Los niños de Wanchaq

Wanchaq pelo que compreendi é um distrito de Cusco, mas não dá pra saber quando começa um e termina outro. É possível que você tenha vindo pra Cusco e tenha ficado em um hotel em Wanchaq...Segunda, Chavely veio me buscar por volta das 10h para me ensinar o caminho até o Jardim aonde vou trabalhar. 
Chegando lá, fomos bem recebidas e logo fomos ver as salas onde ficam. Na verdade são quase 50 crianças no espaço de uma casa “normal”. Na entrada onde seria a sala, é um salão onde aguardam antes de entrar nas suas salas e também depois após terem recebido o almoço até os seus responsáveis vierem buscá-los. 
A cozinha é super pequena e quem prepara o almoço é a profe que cuida dos mais pequenos 0-1 anos. Onde seriam 3 quartos da casa então são as 3 salas de aula, 2-3 e 4-5 anos mais ou menos assim.Os pais das crianças pagam (e nem todos em dia, e muitos não o fazem) 2 soles por dia aproximadamente isso digamos paga apenas o almoço deles... O resto aluguel, salário das profes, luz, água, material escolar... muita parte disso conseguem fazer com o que recebem de voluntários (como eu) mas asseguro que não sei como fazem.Até o momento estou ajudando a profe dos maiores, tem um outra voluntária neste momento da Austrália, Kate, ela está com os menores... e conforme se faz necessário ajudamos a profe que está sem nenhum voluntário... eu diria que realmente não sei como dão conta de mais ou menos 15 crianças cada uma sozinhas... fiquei alguns momentos sozinha com eles, é possível dominar, mas quase impossível atender todos os chamados. 
Tenho percebido, e também é um pouco lógico que quando ocupados ficam mais calmos. Estou ensinando a contar de 1 a 10 e o A,B,C em português e eles têm sido muito atenciosos. Além disso tenho ganho bastante liberdade para implantar qualquer tipo de melhoria, e diria que isso é muito satisfatório. Posso dizer, até este presente momento não tenho me arrependido e digo que se todos que pudessem fazer isso por pelo menos uma semana, certamente voltariam pessoas melhores... Assim espero voltar.

Um domingo de caminhada

Acordei não lembro bem que horas eram. Tomei um café da manhã bem reforçadinho (depois vim a saber que nos domingos tenho “direito” ao café da manhã, mas tudo bem, agora já foi). Creio que eram pouco passadas das 10h e saí de casa, num passito bem tranquilo. Ao chegar perto da praça das armas escuto o som daquelas bandas típicas militares, então corri um pouco e vi que havia uma espécie de desfile cívico. 
Corri pra escada da catedral e lá fiquei e tão logo pude me cerifiquei do que era; trata-se de um desfile – que se não entendi mal – ocorre TODOS os domingos, onde o grande propósito é apenas o astiamento das bandeira do Perú e de Cusco, de qualquer forma é muito bonito e vale apena conferir caso esteja de passada por Cusco justo em um domingo. Fotografei muito que consumiu  metade da bateria da minha camera compacta, mas valeu a pena.
Depois dissoe tratei de catar uma net “for free”. Na praça não havia, então pensei vou entrar de novo no centro de informações turísticas e pedir, pra minha alegria surpresa, alegria e tranquilidade, lá havia! Não muito boa, mas certamente quebra um galho de quem quer economizar. Fiz o que tinha que fazer e foi dar umas voltas... achei uma feirinha que mais parecia uma “quermece”  onde tinha comida (barata) e jogos para as crianças... tirei umas fotos e segui andando.
Das coisas mais inusitadas que achei foi o Mercado de San Pedro. Cara! Sério! Parecia cenário do Globo Reporte “Povo Andino” – como vivem, quais seus costumes, quais os seus segredos para viveram em tão alta altitude... veja, sexta no globo reporter. Daí imgina uma daquelas trocas de assunto onde mostram o reporte em um mercado que tem DE TUDO! E então começa mostrar coisas que normalmente você acha que “não é bem verdade”... é, mas é. Tinha desde simples venda de frutas até MAIS que uma cabeça de PORCO sobre os balcões das tendas. Tinha desde roupa tradicional e artesato local até conserto de sapatos... e por aí vai. Importante resaltar, que se por algum motivo você se encontrar na pior das pindaíbas e precisa economizar em tudo – ou simplesmente você goste disso – este mercado serve refeições diversas e bem típicas por na média de 6 soles (uns 5 reais), onde comem as pessoas lado a lado, e em alguns caso com o prato “no colo”. Fiquei com muita, muita vontade mesmo de experimentar algo, mas confesso que infelizmente por não haver tanta higiêne unida com o receio de comer algo muito estranho, acabei não tantando.
Após isso, andei mais um pouco, achei algumas ruas que são um tipo de “ruas dos vendedores ambulantes”, onde também de de tudo um pouco, e bem barato.
Por finalizar, voltei a praça e  fui ver se achava outra net free... no Bembos não tinha, no Mc também não, então tentei o Star Bukcs... TINHA! O tiozinho que cuidava da porta ficou me cuidando porque viu que eu nao comprava nada, quase na hora de sair decidi comprar um cookie que era a coisa mais barata que tinha lá – fiz a coisa mais de pobre possível, mas foda-se – guardei o papel do lanche pra outro dia voltar e usar a net sem ter que gastar, mas parecendo que comprei! Hahahahahaha
Bem, foi basicamente assim o domingo... Afinal estou aguardando a volta de Machu Pichu pra fazer mais coisa... vai saber quanto vou gastar...
=D 




Traditional Gaelic Blessing

May the road rise to meet you,

May the wind be always at your back.

May the sun shine warm upon your face,

The rains fall soft upon your fields.

And until we meet again,

May God hold you in the palm of his hand.

May God be with you and bless you:

May you see your children's children.

May you be poor in misfortune,

Rich in blessings.

May you know nothing but happiness

From this day forward.

May the road rise up to meet you

May the wind be always at your back

May the warm rays of sun fall upon your home

And may the hand of a friend always be near.

May green be the grass you walk on,

May blue be the skies above you,

May pure be the joys that surround you,

May true be the hearts that love you.

O PORTO (Uma pequena grande história de porque tudo isso...)

A tomada de uma decisão que faz-se equivalente a um divisor de águas em nossas vidas, pode trazer-nos muitas expectativas as quais nem sempre se realizam... No meu caso, decidi ter a experiência de ir para Irlanda, Dublin, num pais que fala-se outro idioma (o inglês), o qual, por sinal sei muito pouco. Bem, acho melhor começar desde de o começo...
Em meados de 2008, acho que foi final de Abril, um amigo de Jéferson, meu namorado, foi até a casa dele e o convidou para ir com a banda deles a Portugal. A idéia era ficar 6 meses, estudando e fazendo alguns shows pela Europa. Meu namorado já havia pensado nisso na sua adolescência, mas ainda não tinha parado e verificado a real chance.
Já eu, tinha o sonho, de até meus 22 anos, passar um tempo fora do Brasil. De início queria Cuba, depois Espanha, depois México, mas realmente não tinha pensado em Portugal. Pois bem, ele ficou pensativo. Como seria? Os dois longe? Eu me importaria? Foi aí que eu disse “e eu não posso ir junto?” e aí ambos tivemos a surpresa feliz, além de irmos “namorando”, tínhamos ganhado um parceiro de viagem...
Fomos então ver como funcionava irmos pela UCS... para qualquer país que não fale-se português, teríamos que fazer uma prova de proficiência e atingir um resultado muito bom... nem tentamos, seria perda de tempo... Então vamos lá! Portugal... E aí a primeira chateação: para o 2º semestre de 2008, não havia mais tempo. Desistir? Não! Eles apenas teriam que arrumar outro baixista para ir com a banda... Acho que no fim, só foi mesmo o cara que convidou...
Depois disso, surgiu outro plano, ir com banda dele, mas não no 1º semestre de 2009, no 2º, para banda se preparar... Eles teriam 1 ano e 4 meses para isto... E para onde iríamos? Bragança, uma cidade no Norte de Portugal, pequena mas muito bonita. Tentaríamos os quatro, eu, ele e os dois amigos da banda.
E foi assim até Março de 2008, “preparando”, pesquisando. Bragança seria mais fácil, pois fomos informados que não havia procura para lá, então não haveriam concorrentes. Não era uma cidade tão famosa, portanto, não tinha um custo de vida muito alto, o que para nós seria ótimo, já que na Europa tudo é mais caro...
O tempo passou, até que bem rápido, e chegou o “dia” de irmos ver para nos inscrevermos... nesse meio tempo, já desconfiávamos que os dois amigos do Jéferson, não iriam, mas nós dois não iríamos desistir. Pois aí que tivemos a segunda chateação: não havia mais convênio com o Instituto Politécnico de Bragança, assim, só nos restava: o Porto.
Porto é uma das cidades mais turísticas de Portugal, cidade litorânea, onde também são fabricados os famosos vinhos do Porto. Assim, já ficaria ao menos uns 30% mais caro para se viver. Mas ok. Vamos lá... não seria um custo de vida um pouco mais elevado que iria nos impedir!
Mas aí vem a terceira chateação. Não haviam nem 3 dias que tinha ido lá e ficado sabendo de Bragança, e eis que ouço um zum zum zum “a UCS quer cobrar 12 créditos do curso para os estudantes fazerem intercâmbio”. Nossa! Doze créditos, aumentava para mim uns R$ 2.500,00 e para Jéferson uns R$ 4.000,00. Daí sim, estávamos de certa forma condenados a não irmos, ao menos não agora! Foi a primeira vez que chorei por causa disso.
Revolta vai, revolta vem, manda e-mail, manda ofício. Até que uma boa notícia: não vão cobrar ainda isso. Pensamos “ufa” e começamos a ver todos os documentos necessários. Na correria de tudo, uma quarta chateação, era um pré-requisito ter 50% do curso concluído, eu tinha eles exatos, mas meu namorado, em torno de 43%... será que daria? E conversa vai e vem, ele pôde se inscrever, mas ficou com um pé atrás.
Em 9 de Junho, numa terça de tarde, fomos num evento de pré-embarque da UCS e ficamos sabendo que da faculdade dele, a Fernando Pessoa, tinham duas vagas, e dois inscritos, ele e uma menina também da Engenharia Ambiental. Da U. do Porto, tinham 10 vagas, e 5 inscritos, eu e mais 4 meninas, cada uma de nós de cursos e áreas diferentes. Depois de saber que tinha sido “selecionada” pela UCS, foi uma das minhas primeiras alegrias. Porém, achei estranho, 2 meninas da U.P. já tinha recebido carta de aceite. Mas eu e mais duas, nada... ainda assim, a esperança é última que morre, mesmo embora eu soubesse que uns 80% das pessoas inscritas, dos mais ou menos 60, já haviam recebido resposta, ou ao menos um e-mail, eu não desanimei.
Foram se passando os dias, até que em 18/6 fui ver se eles sabiam de algo, e fiquei sabendo que a carta dele já estava a caminho: ele tinha sido aprovado, fiquei feliz, mas também fiquei sabendo em seguida que a minha e mais uma menina da U.P. estava sob análise ainda. Fiz a matrícula. Demorou mais umas 3 semanas e a carta dele chegou por e-mail.
Neste meio tempo, me comuniquei com a outra menina que esperava resposta como eu. Pude compartilhar o sentimento de angustia com alguém, isso fez muito bem... Mas uma coisa era real, algo estava me deixando pensativa. Eu pensava que iria dar certo, mas tinha um palpite que não. Sexta, dia 10/7, procurei no site da U.P. informações... o que tenho a dizer... fiquei muito deprimida, vi que para o curso de economia, o qual eu estava inscrita, (já que o curso de Administração de Empresas é um curso de pós, então se faz Economia e Gestão) só tinham 8 vagas para América Latina, e o pior, com preferência para inscritos em outro tipo de programa, ou estudantes da área, que na realidade, a minha não é exatamente economia...
Para valer, foi a segunda vez que chorei. O Porto, estava ficando cada vez mais longe. Contudo, eu ainda tinha esperança que estivesse “lendo” as informações de forma equivocada. Mas já estava me preparando, mas eu tinha que parar de ser egoísta...
Segunda, dia 13/7, acordei pensando o que seria um dia bom, já que na noite passada, havia implorado uma ajudinha dos céus, para que eu tivesse essa semana, uma resposta. Seja ela qual fosse! Realmente, foi uma segunda bastante agradável, pude adiantar alguns papéis para o visto e recebi a última nota que faltava da UCS, um 4 em RH2. Terça, comecei o dia com mesmo pensamento, estava além de tudo feliz porque ia folgar sexta, quinta de tarde ia pra minha vó, campo, ar fresco, tranqüilidade, mas no meio da tarde, começou um angustia fora do normal, um “não sei o que” tão monstruoso que fez eu roer minhas unhas (de novo) de uma forma que fazia tempo que não fazia.
Na terça ainda, mandei um e-mail pro pessoal do Intercambio da UCS, perguntando, se “será que não está demorando porque pedi muitas matérias, e eles não podem aceitar... diga que não farei todas, é só pra ter mais opções...”. De noite nossos vizinhos jantaram aqui, foi muito agradável, conversei sobre a viagem, mas não deixava de colocar um “se” na frente de cada frase que se referia a minha viagem, na verdade o tempo inteiro foi assim. Na quarta de manhã, acordo com o telefone, dei um salto da cama. Era o Jeferson, tinha ido a POA, se informar sobre o visto, e iria ao aeroporto autenticar a carteira de vacinação, etc. Ele me ligou e falou que só estavam marcando o visto pra depois de 13/8, com mais aproximadamente 40 dias mais, só iríamos viajar final de Setembro, fiquei apreensiva já que nem sinal da minha carta.
Resolvi ligar para o consulado, agendar uma data, como se tivesse tudo certo, caso não desse, eu desmarcava. Acabei ligando e caiu num outro local, tentei novamente, e deu ocupado, achei que o número podia estar errado, então liguei para informações de Caxias, mas eles não tem dados de POA. Aí que eu fiz a ligação mais horrível da minha vida até hoje. Liguei para o escritório de intercâmbios, para confirmar o número do consulado. Quando comecei a explicar a idéia, a moça do outro lado da linha começou mais ou menos assim: “Elen, a gente recebeu teu e-mail, e na verdade a gente já tem uma resposta (essas alturas eu já sabia)... é infelizmente foi negativa...” o meu coração nunca bateu tão rápido e descompassado. Vi o quanto o ser humano não está preparado para receber um não, ainda mais quando é um não para um sonho, uma expectativa. Apenas consegui pedir porque, ela respondeu, era sobre as 8 vagas, muita gente recebeu não, eu fui uma dessas pessoas. Eu disse que já sabia. Disse com a maior das falsidades que pude encontrar: “é né, fazer o que... não deu não deu”. Desliguei.
Agora vem a realidade. Gritei. Gritei um “que meeeeerda” tão alto, que não sei como os vizinhos não vieram ver. Coisas voaram nas portas do guarda-roupa, tive vontade de rasgar todos os papéis que falavam do intercâmbio. Chorava. Chorava como se tivesse perdido um ente querido. Chorava de raiva. Senti muita raiva, porque deixar a gente esperando tanto tempo para dizer não. Fui tomar banho. Chorei mais, quebrei o cabo da minha escova de cabelo quando atirei ela no chão. Agradeci, afinal, eu tive uma reposta na semana que queria, e o melhor, estava em casa. E o tempo todo, a minha cachorrinha Luna, ficou ao meu lado, não podia dizer nada, mas colocava as suas patinhas da frente na minha perna e deitava sua cabaça na minha coxa... chorava de ver ela ali comigo...
Voltando a minha breve conversa por telefone, com a moça da UCS, no final da conversa, ela mencionou que se desejasse eu podia passar até 3 meses em Portugal como turista, sem visto, ou então, tentar outro intercambio, por outro meio. Enquanto tomava banho pensava... fui trabalhar. Peguei o ônibus, e fui em pé. Não sorri o tempo todo. Cheguei no serviço, pude dissimular bem, acessei meu e-mail, e li a tal resposta. Tinha de olhar para cima para não chorar de novo. O dia não rendeu nada, porém não perdi tempo, mandei e-mails pras 3 operadoras de intercambio que conhecia. Uma, acho que não entendeu muito bem o que eu escrevi, disse que não tinha nada para Portugal, mas eu já não queria mais ir pra lá, outra até agora não me respondeu nada, e uma delas, respondeu meu e-mail. Tinha três propostas a princípio, já para ir em Setembro, Espanha, sem “visto”, mas sem possibilidade de trabalho; Inglaterra, “sem” visto como estudante, sem trabalho, se quisesse o de trabalho, teria que ir até o Rio de Janeiro, e era bem mais difícil ou, a mais em alta, Dublin, na Irlanda, visto de seis meses com possibilidade de trabalho.
Em pouco tempo, já estava tudo “analisado” e “decidido”: eu iria para Dublin. Mas é claro, conversando com os mais próximos, conselhos sempre são repassados para se pensar bem, analisar com calma, ver se valia a pena perder um semestre de aula só pra dizer que eu fui e ponto. A minha cabeça doía como fazia tempo que não doía. Fui para a última aula de inglês. Era dia de prova, não sei como fiz toda ela, e ainda acho que fui bem, em talvez 20 minutos. Meu pai foi me buscar. Eu quase chorei, mas não chorei pra não deixar ele nervoso.
Vim pra casa, algumas palavras, e silêncio, palavras e silencio. Pegamos meu namorado na casa dele. E novamente, palavras e silêncio. Cheguei em casa, dei um abraço na minha mãe, e chorei. Ela chorou também. Todos estavam tristes. Daí eu disse à ela que eu não ia desistir, e ela disse que sabia disso. Conversei rapidamente com meu pai, minha mãe e meu namorado sobre as minhas idéias. Meu pai, disse que o que eu decidisse ele daria um jeito e assinava em baixo. Já minha mãe e meu namorado, disseram para eu pensar antes de tomar qualquer decisão. Eu, ainda chorei mais uma vez, junto com meu namorado.
Quinta acordei com uma estranha felicidade. Fui trabalhar, fiz o que tinha que fazer. Mandei mais uns e-mails. O dia rendeu. Deu 13h e comecei me arrumar para sair, íamos pegar a estrada. Conversamos muitos sobre as propostas. Fiquei de usar o final de semana para decidir. Chegando na minha vó, contei mais ou menos o que tinha acontecido. Minha madrinha lamentou muito. Na mesma noite fiz um balanço das idéias que tinha em mente: não ir, terminar o estágio, ficar mais um ano, e ir em seguida... mas pra onde seria? Portugal de novo? Não obrigado. Afinal, eu não teria proficiência suficiente em outro idioma, então me restava ali, ou África, que não me atrai tanto, não por nada, só não é bem o que queria. Poderia usar a idéia do Jeferson, para não perder o semestre inteiro, ir e fazer um curso menor de 3 meses, daria tempo de juntar mais dinheiro, e se eu gostasse, ficaria, mas isso, eu não sabia muito bem se dava, e com 3 meses só, não daria para ao menos tentar trabalhar. E ainda, ir agora em setembro, ficar lá 6 meses e tentar arrumar alguma coisa pra empatar os gastos, perderia o semestre, mas aprenderia outro idioma em bem menos tempo que fosse aqui no Brasil, e claro estaria um pouco mais perto do namorado.
A decisão era quase certa, ia ver quanto ao curso de 3 meses, se não valer a pena, pelo custo benefício, farei o de 6 meses, ambos saiam caro, mas tinha que fazer valer. Então, recebi o orçamento, de 4 meses... e vi que não valia a pena, o valor era muito pouco inferior, e a passagem diferença de aproximadamente R$ 200,00, então, não valia a pena.
Segunda, dia 20/7, o dia do Amigo, eu fui conversar e ver mais detalhes... encontrei, por acaso, o um homem que foi colega (indireto) de trabalho, o qual eu tinha ficado sabendo que o filho tinha a pouco voltado de Dublin. Seria um sinal? Já fui conversando com ele, e pedi se podia tirar duvidas e se o rapaz poderia me dar umas dicas (eu ainda não tinha decido), o colega foi muito atencioso, passou o telefone do filho e disse que avisaria que eu ligaria. Encontrei uma amiga, e já lhe adiantei os fatos. Fui até a operadora, conversei, tirei duvidas, e fiquei de decidir.
Vim para casa... conversei... e decidi, o que já estava decidido. Eu iria. Seis meses, num país que sei pouco (vou estudar é claro), falo somente frases prontas em sua língua, só com um conhecido (uma colega da UCS, que foi de novo agora em Junho, porque amou de paixão o país). Com a grana meio contada, numa ilha, a mais de 12h de vôo de casa, no hemisfério oposto, e muito mais coisas, que assuntam a muitos, mas a mim, me atrai!
Hoje quarta dia 22/7/2009, eu fui preencher alguns papéis, amanhã já irei com meu pai, fazer a transferência do dinheiro, torcendo para ol cambio ser mais favorável. Sabem, as vezes nos dizem, que quando não dá certo uma coisa, a gente não deve insistir, por que de certo não era pra ser. Faz sentido, mas não ligo muito, contudo, de qualquer forma, não insisti, não vou ir pra Portugal. Por outro lado, minha mãe logo disse, fecha-se uma porta, abre-se outra, quem sabe algo melhor não me espera? Medo de não ser como eu espero, embora TODOS dizem que é maravilhoso... não tenho. O ridículo é se acomodar. Bom ou ruim, poderá ser aqui, em Portugal, ou num hotel em Fernando de Noronha de graça, basta não estar fazendo o que se quer muito, e de coração.
Sinceramente, não acredito que será ruim. Poderei não ir a tantos lugares quanto queria... mas quem disse que eu quero parar? Ainda mais se gostar... Conviver com outras culturas, ter experiências novas, aprender e praticar outro idioma no dia-a-dia, conhecer lugares, histórias, estórias... e mais, sentir falta de quem se ama e dar mais valor ainda. Isso também é a prender!
Uns podem dizer que de nada vale, que é um dinheiro mal empregado, que não vai me agregar nenhum valor profissional, que eu poderia investir em outras coisas, embora eu ache que na parte de emprego, um inglês bem aprimorado é um bom diferencial... Enfim, poderão muitos dizer coisas que não me farão desanimar, tão pouco desistir... poderão falar que a minha família não estava pode podendo bancar isso... não quero provar nada pra ninguém, embora as vezes eu me sinta imensamente superior por ter essa oportunidade. O dinheiro se recupera, a oportunidade não. O saber não ocupa lugar... e mais, podem te deixar nu, podem te deixar sem nenhum um tostão no bolso, podem te tirar tudo, mas o teu saber: jamais.
E é por isso ser uma pena que muitos ainda andem com viseiras, e achem que não é tão importante assim a educação. É uma pena que ainda existam pessoas que não possam realizar seus sonhos, por que alguém, muitas vezes eleitos com a confiança delas, desviou a verba que iria para parte da realização desses sonhos... é uma pena, é triste mas é verdade. Lamentável, como possam ainda não deixar as pessoas ao menos, chegarem com seus barquinhos, no Porto de seus sonhos... mesmo assim, mesmo que pareça difícil, mesmo que pareça que não há outro caminho, mesmo que pareça que tudo conspira contra você... uma coisa eu afirmo: não ancore o seu barquinho esperando que alguém tire ele dali. Você mesmo vai ter que ir atráz do jeito de sair... e navegar!

Elen Concari de Aguiar, 22 de Julho de 2009. 23:35h