segunda-feira, 11 de março de 2013

Pelos dias 8, 9 e 10 de março de 2013

Muitas coisas aconteceram nestas datas, não quero falar sobre elas, mas vou lembrar para SEMPRE, especialemente dia 09/3... eu sei porquê, e muitas pessoas que lerem isso sei que saberão...
Sofrer a dor junto com um amigo, não tira a dor dele, mas creio que ajuda... fazer alguma coisa de um conhecido seu não curtiu, muda pouco, mas se for amigo, amigo mesmo, muda MUITO...
Em ambos casos, é um dia pesado... demora passar... mas, como tudo nessa vida, deve-se dar um tempo ao tempo... e mesmo que parece impossível em alguns casos, lembrar e valorizar o que foi bom... 'não procurar a única luzinha do pinheirinho que não acende, mas sim, ver toda bela iluminação que existe ali...'*
Esses acontecimentos me fizerem lembrar de um texto que escrevi faz um tempo... e acho que encaixa nas situções... grifei a parte, a qual na ocasião me deu inspiração...


"ALGUNS 'PARCEIROS' "

A vida vai passando, o segundo grau acaba, e quem diria a gente faz um vestibular sem estudar e passa... 

Daí a gente começa a faculdade. E tem, cada semestre com um punhado de gente diferente que olha pra você como se você fosse um concorrente (ta certo que é).  
Nessas horas é que a gente lembra da nossa formatura, com aquela turminha do terceiro
Mas a gente não pode parar... a vida é uma seqüência de fatos, recorda-los é uma boa forma de mantê-los vivos. 
Um telefonema, um barzinho, um cinema, uma viagem para a praia, e tudo com muita alegria de estar junto com os amigos. Amizades... são coisas que não são difíceis de fazer... difícil é manter sempre viva! 
É tão bom ter seus 27 anos e saber que de vez em quando poderá voltar ter 17, apenas por sentar e rir com coisas que fazia... 
Eu conheço tão pouca gente que ainda anda com a turminha da escola... mas sei que os que, os que conheço, que ainda mantém esse laço, são geralmente os que tem a felicidade estampada na cara, por que um amigo entende um problema no namoro, um problema com a família, um problema no trabalho, e até com outro amigo. Porém nem sempre tua família, teu namorado vão poder ajudar em todos seus problemas. 
Teus colegas de trabalho, a não ser que estes sejam teus amigos... eles querem que você se f*** com seus problemas! 
Não estou escrevendo isso para dizer que se você não anda com seus amigos de escola você é infeliz, até porque nem sempre são estes teus melhores amigos... estou apenas querendo mostrar em uma outra forma, como amigos são mais que importantes, são fundamentais em nossa vida. Esquecendo o fato, que também seu amigo também é seu parente, pergunto a você, começando lá da infância, para quem você contava seus medos, paixões, fantasias? Quem foi a primeira pessoa que soube do seu primeiro beijo? Ou do seu primeiro amor? Quem estava do seu lado no seu primeiro fora? Com quem foi suas melhores festas? Quem sabe todo seu lado negro? Com quem você está na maioria das fotos do seu mural? (...) 
Se em pelo menos metade dessas perguntas você respondeu que era um amigo, eu tenho certeza que hoje você é uma pessoa que procura manter seus amigos sempre por perto, nem que sejam somente “alguns parceiros”, mas sabes que não vão te deixar na mão.
Pode ser que eles sejam seus vizinhos de infância, ou seus grupinho do 2° grau, ou ainda seus novos amigos da faculdade, ou do trabalho... mas o que é deveras importante é ter amigos. Não importa da onde eles vem, desde que vocês estejam sempre um ao lado do outro.

(16 de Fevereiro de 2006.)


*(analogia de um texto de Maktub de Paulo Coelho)

domingo, 10 de março de 2013

Noite na Lapa e volta...

Depois do passeio maraaaa em Angra, a noite tinha q terminar na Lapa!

Lapa é um bairro do RJ que tem muuuuuitos bares e locais para curtir a noite! As ruas ficam tomadas de muita gente de todos os "tipos"... se forem para lá, apenas sugiro que não sozinhos, e muito cuidade com os 'pivetinhos' pois esse se tornam duplamente perigosos pq são de menor... mas fora isso, show! Tambpem sugiro que se não sabe onde ir - não vá de salto, ou calçado desconfortável... -sofrimuito

Andamos de bar em bar (de mesa em mesa, tomando cachaça e bebendo cerveja - trecho da música "Risca faca" hahahahah não resisti)... mas como não conheciamos, ficou um pouco "foda" catar um lugar que a gente tivesse certeza que estava tri pra ficar... e estava tudo muiot cheio!

Mas só pelo agito já foi diver! - me lembrou o Temple bar, em Dublin, com a brutal diferença de poder beber na rua =)

Foi lindo! A noite foi boa e o mais caro foi o taxi mesmo (R$50 ida e volta...)

* * * * * *

A volta! Bem, sem muito a falar, mas ressaltando que "seguimos" o frescão pra não perder e ter que esperar mais 30min... e, SE tivesse perdido, sinceramente não sei se não tinhamos quase perdido o voô, pq mesmo com o bus que fomos já ficou corrido, se fosse com um 30 min depois... caraio!

O voô foi de boa, e POA a Caxias tb, conseguimos pegar um direto sem ser executivo... as 18h!

Cansadérrimas, mas felizes!

* * * * * * *

Valeu a parceria "nêga véia" (Lily)!

<3 br="">

Dia 22/02 - Angra dos Reis

Conseguimos um tour bate e volta para Angra dos Reis por R$100.
Incluía: bus ida e volta, passeio de barco com 3 paradas e almoço (filé de peixe ou frango com arroz e legumes)

Era para nos pegarem no local combinada as 8h no máximo... eram 8:30 quando chegaram... =/ mas tá valendo.

A viagem até Angra elav umas 2h... dormimos...

Chegando lá, direto para o barco - e no caminho todo vários momentos com samba e pagode, não é meu forte, mas admito que foi divertido!
Primeira parada foi na Ilha de Cataguases... lugau lindo (alias lá é tudo); lá quem queria saltar na água que era absurdamente transparente, podia, e tínhamos 30min... aproveitei para treinar com o o snorkel!

Depois fomos para a "Lagoa Azul", onde o rapaz do barco pode tirar algumas fotos suas embaixo d´água... ali são mais de 6 metros, logo, se não sabe nadar, deve-se pensar se arrisca só com o macarrão ou não vai... uma maravilha! Peixinhos nadando pertinho... água limpa... tudibão!

(foto embaixo d´água custou R$10,00, ele grava no cartão de memória.. mas tinha um pacote de mais fotos que era R$50,00)

Subindo de volta, hora do almoço. Nós escolhemos filé de peixe com molho de camarão! Uma delícia, só uma pena que BEM NESSA HORA o barco chacoalhou mais que o normal... =(

Algum tempo depois da refeição, já chegamos na Antiga Ilha de Caras, a última parada.
Lugar fantástico também, água quentinha, limpa, mar calmo...

Dessa vez a Lily não resistiu e caiu na água!

Enfim... pena que as coisas boas duram tão pouco as vezes... mas deu para aproveitar e finalizar o passeio muito bem!

Dia 21/02 - Andando por lá...

Bem, talvéz muitos não saibam... mas meu pai morou no RJ quase 10 anos... e minha vó chegou visitá-lo... ele me pediu para eu tentar ir na Quinta da Boa Vista para tirar uma foto no mesmo momumento que ela tinha uma foto... acho que acertei.


Então, estava muito calor, só pra variar e foi meio complicado caminhar no sol do meio dia por lá... mas deu tudo certo, uns 40 minutos de metrô - gelado, e depois solão.

A Quinta da Boa Vista era a residência real da época do império... hoje abariga um museu, que na ocasião por estar em reforma custava a metado do preço, no caso, paguei R$3, e ainda tem as gratuidades... entrei pq já estava lá, mas não fui com esse intuito.


 (a LUZIA, aquele hominídeo que foi encontrado no Brasil, está lá...)

Depois, peguei o metro de voltei e parei no Leme... aluguei um guarda-sol, e fiquei lá um tempo...

 

Lá pelo meio da tarde, o Tarciso e sua namorada, me buscaram e me levaram dar uma volta... fomos até o mirante Dona Marta, e depois descemos pela Floresta da Tijuca.

 
Fiquei pelo hostel... e a noite... partimos com o pessoal do hostel para um festa, muuuuito boa!

terça-feira, 5 de março de 2013

Dia 20/02 - City Tour RJ

Pela parte da manhã, encurtando, peguei uma praia em Copacabana... das 10 às 12h +-  ***liiiindo o mar, ótimo! Até aluguei uma cadeira!

De tarde City Tour...

Veja como o mundo é pequeno... em Puno, quando reencontrei a moça da Alemanha, ela estava junto com um rapaz da Escócia, pois bem, não é que ele estava no MESMO TOUR que nós no RJ!?!?!?! PODE ISSO?

Buenas, o Tour, que pegamos pelo hostel, incluía o seguinte:

Transporte e guia aos locais, (depois de volta), e ingressos para o Cristo e o Pão de Açúcar... sendo que respectivamente, indo por conta custam R$46 e R$53 - já soma-se R$96,00...
- se fossemos por conta não sei se faríamos tudo em um dia, uma vez que o tour, levava também em Santa Tereza (passando pela escadaria do Selarón) e na catedral (não que eu fizesse muito gosto, mas foi tr até) - enfim, o tour saiu todo por R$155,00 - (+ou - R$50,00 a mais, se a gente fosse por conta, porém de bus... se fosse de taxi, sairia parelho...)
- se você for, e tiver pouco tempo, vale a pena; mas se tiver um tempinho antes, pesquise, por esse valor é possível que se consiga mais coisas... fica a fica!

Mas, independente de minhas analogias de custos... diversão é o que vale!

Começamos pelo Cristo... Clica aqui pra saber, inclusive sobre subir de trem.
 Vista da Lagoa Rodrigo de Freitas;
 ÓÓÓ o Pão de Açúcar lá!
 
 Taí o homi... 

Depois fomos para Santa Teresa, onde infelizmente o bonde está sem circular devido a um acidente...

Não longe dali, escadaria do Selarón...
 
 Não deixe de visitar, ainda mais se você ama cores!
 
 
 Fato! vvv

Depois a tal catedral que criou polêmicas...
 Prefiro esta foto! Por dentro, os vitros são legais...

Aahhh o Pão de Açucar! bonita vista e bem no finzinho da tarde... 
 
 Praia Vermelha vista do bondinho...
 SUNSET!
 
 Na praia Vermelha, fui solita... um banho de mar... e go back homehostel!
 Na noite, fomos junto com o rapaz do bar do hostel e mais um pessoal em um "pub" em Ipanema... noite booouuua!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Dia 19/02 - Jardim Botânico, Lagoa e Praia

Depois do café da manhã... partimos para pegar o busão para o Jardim Botânico...
Meio longinha a viagem, mas por R$2,75 tá valendo!
Bem, por ser um ponto turismo, e por não só nós fazermos passeios econômicos, a cobradora já estava "preparada" e no ponto do Jardim Botânico eis que um bérro: "JaRdim Botâaaaaanicoooooo" OK, a gente é grata tia!

Olha, não sei se são todos os dias, mas na Terça pagamos R$6,00... mas vale muito a pena (salvo que este sim é um jardim botânico de verdade!)

Pegue o mapinha, ou se preferir, agende (previamente) uma visita com o carrinho elétrico.

Seguimos o mapa, não em sua totalidade, mas quase! Vale a pena, ele te leva nos locais mais legais mesmo!

 
 
 
 

Depois de passear lá (compre um água antes, lá é caro pra cassildis) fomos costear a lagoa Rodrigo de Freitas (que tem +-7,5 km em seu entorno)... a gente tinha esperança de achar outras bikes que não fossem do Itaú, mas não tem, sendo assim, se quiser "circundar" a lagoa partindo do Jardim, cadastra no site (clica aqui), pq o mais próximo aluguel 'sem cadastro' estava INFELIZMENTE no nosso caso, no final da trilha, ou seja na direção de Ipanema, onde já não adiantava porcaria nenhuma uma bicicleta! - Amigos, foram +- 3,5km... num calor do cão!
 Mas a praia compensou! Ipanema é show! Água limpa... e gente bonita eheheheheh
A Lily, teve que voltar... mas eu ainda segui até Arpoador, Praia do Diabo, e voltei pela calçada em Copacabana até perto do porto 4 onde ficava a direção do nosso hostel...
 
Ao fundo, pedra do Arpoador...
 
 Ipanema...
 Praia do Diabo... foto feita da pedra do arpoador
 
 Tive uma dor de cabeça e no fim só fiquei batendo papo com o pessoal pela recepção do hostel. E assim acabou o dia...

Caxias >>> Rio de Janeiro

AAAAHHHH passagens aéreas promocionais! Amo vocês! Bem, não tão promocionais assim. mas bem em conta!
Viajar... bem... preciso dizer que amooo?
Com boa companhia melhor ainda!
Dezembro de 2012 começamos (eu e a Lily, uma das minhas melhores amigas) a planejar de leve um trip rápida ao RJ...
Vamos lá para algumas definições:

PERÍODO: ficou então 18 a 23 de fevereiro de 2013 - onde ela "fecharia" com chave de ouro sua despedida, mas isso não vem ao caso agora.
CIA AÉREA: olha, nem vimo na TAM, pq pela de colar puxou mais barato GOL, então conseguimos por R$ 322,00 cada, ida e volta com as taxas!

HOSTEL: também nem olhamos hotel pois em duas, o mais em conta é hostel... busca pelo Hostels World e achamos alguns legais e não muito caro - fechamos com o Walk on the Beach - 5 noites R$205,00 - quarto de camas misto (recomendo pagar um pouco mais e pegar com ar condicionado caso for no verãozão;)

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Pois bem, chegou dia 18/02 - e lá "fomos" nós! De casa até a rodoviária, meu vizinho nos deu uma corona... pegamos o Caxiense que deixa no aeroporto... e tudo tranquilo... eu vou pular a parte de POA até CURITIBA pq foi tenso... só isso... de Curitia ao Rio, foi beleza... chegamos lá, bem barbadinha achamos o buz azul que o pessoal chama de FRESCÃO (se não é, devia ser, por causa do Arconciofrio); ele custa R$12, mas é bom você saber onde vai descer - saber eu digo conhecer a região, pois ele não tem "paradas" em certos locais, logo se não avisar ele passa reto! Mas ainda é o melhor meio, ou paga R$60 de taxi caso vá para Copacabana como fomos!

Chegamos, largamos nossas coisas, e fomos em busca de algo pra comer... tranquilo, mesmo as 23h!

Depois, digamos que foi descançar...

Traditional Gaelic Blessing

May the road rise to meet you,

May the wind be always at your back.

May the sun shine warm upon your face,

The rains fall soft upon your fields.

And until we meet again,

May God hold you in the palm of his hand.

May God be with you and bless you:

May you see your children's children.

May you be poor in misfortune,

Rich in blessings.

May you know nothing but happiness

From this day forward.

May the road rise up to meet you

May the wind be always at your back

May the warm rays of sun fall upon your home

And may the hand of a friend always be near.

May green be the grass you walk on,

May blue be the skies above you,

May pure be the joys that surround you,

May true be the hearts that love you.

O PORTO (Uma pequena grande história de porque tudo isso...)

A tomada de uma decisão que faz-se equivalente a um divisor de águas em nossas vidas, pode trazer-nos muitas expectativas as quais nem sempre se realizam... No meu caso, decidi ter a experiência de ir para Irlanda, Dublin, num pais que fala-se outro idioma (o inglês), o qual, por sinal sei muito pouco. Bem, acho melhor começar desde de o começo...
Em meados de 2008, acho que foi final de Abril, um amigo de Jéferson, meu namorado, foi até a casa dele e o convidou para ir com a banda deles a Portugal. A idéia era ficar 6 meses, estudando e fazendo alguns shows pela Europa. Meu namorado já havia pensado nisso na sua adolescência, mas ainda não tinha parado e verificado a real chance.
Já eu, tinha o sonho, de até meus 22 anos, passar um tempo fora do Brasil. De início queria Cuba, depois Espanha, depois México, mas realmente não tinha pensado em Portugal. Pois bem, ele ficou pensativo. Como seria? Os dois longe? Eu me importaria? Foi aí que eu disse “e eu não posso ir junto?” e aí ambos tivemos a surpresa feliz, além de irmos “namorando”, tínhamos ganhado um parceiro de viagem...
Fomos então ver como funcionava irmos pela UCS... para qualquer país que não fale-se português, teríamos que fazer uma prova de proficiência e atingir um resultado muito bom... nem tentamos, seria perda de tempo... Então vamos lá! Portugal... E aí a primeira chateação: para o 2º semestre de 2008, não havia mais tempo. Desistir? Não! Eles apenas teriam que arrumar outro baixista para ir com a banda... Acho que no fim, só foi mesmo o cara que convidou...
Depois disso, surgiu outro plano, ir com banda dele, mas não no 1º semestre de 2009, no 2º, para banda se preparar... Eles teriam 1 ano e 4 meses para isto... E para onde iríamos? Bragança, uma cidade no Norte de Portugal, pequena mas muito bonita. Tentaríamos os quatro, eu, ele e os dois amigos da banda.
E foi assim até Março de 2008, “preparando”, pesquisando. Bragança seria mais fácil, pois fomos informados que não havia procura para lá, então não haveriam concorrentes. Não era uma cidade tão famosa, portanto, não tinha um custo de vida muito alto, o que para nós seria ótimo, já que na Europa tudo é mais caro...
O tempo passou, até que bem rápido, e chegou o “dia” de irmos ver para nos inscrevermos... nesse meio tempo, já desconfiávamos que os dois amigos do Jéferson, não iriam, mas nós dois não iríamos desistir. Pois aí que tivemos a segunda chateação: não havia mais convênio com o Instituto Politécnico de Bragança, assim, só nos restava: o Porto.
Porto é uma das cidades mais turísticas de Portugal, cidade litorânea, onde também são fabricados os famosos vinhos do Porto. Assim, já ficaria ao menos uns 30% mais caro para se viver. Mas ok. Vamos lá... não seria um custo de vida um pouco mais elevado que iria nos impedir!
Mas aí vem a terceira chateação. Não haviam nem 3 dias que tinha ido lá e ficado sabendo de Bragança, e eis que ouço um zum zum zum “a UCS quer cobrar 12 créditos do curso para os estudantes fazerem intercâmbio”. Nossa! Doze créditos, aumentava para mim uns R$ 2.500,00 e para Jéferson uns R$ 4.000,00. Daí sim, estávamos de certa forma condenados a não irmos, ao menos não agora! Foi a primeira vez que chorei por causa disso.
Revolta vai, revolta vem, manda e-mail, manda ofício. Até que uma boa notícia: não vão cobrar ainda isso. Pensamos “ufa” e começamos a ver todos os documentos necessários. Na correria de tudo, uma quarta chateação, era um pré-requisito ter 50% do curso concluído, eu tinha eles exatos, mas meu namorado, em torno de 43%... será que daria? E conversa vai e vem, ele pôde se inscrever, mas ficou com um pé atrás.
Em 9 de Junho, numa terça de tarde, fomos num evento de pré-embarque da UCS e ficamos sabendo que da faculdade dele, a Fernando Pessoa, tinham duas vagas, e dois inscritos, ele e uma menina também da Engenharia Ambiental. Da U. do Porto, tinham 10 vagas, e 5 inscritos, eu e mais 4 meninas, cada uma de nós de cursos e áreas diferentes. Depois de saber que tinha sido “selecionada” pela UCS, foi uma das minhas primeiras alegrias. Porém, achei estranho, 2 meninas da U.P. já tinha recebido carta de aceite. Mas eu e mais duas, nada... ainda assim, a esperança é última que morre, mesmo embora eu soubesse que uns 80% das pessoas inscritas, dos mais ou menos 60, já haviam recebido resposta, ou ao menos um e-mail, eu não desanimei.
Foram se passando os dias, até que em 18/6 fui ver se eles sabiam de algo, e fiquei sabendo que a carta dele já estava a caminho: ele tinha sido aprovado, fiquei feliz, mas também fiquei sabendo em seguida que a minha e mais uma menina da U.P. estava sob análise ainda. Fiz a matrícula. Demorou mais umas 3 semanas e a carta dele chegou por e-mail.
Neste meio tempo, me comuniquei com a outra menina que esperava resposta como eu. Pude compartilhar o sentimento de angustia com alguém, isso fez muito bem... Mas uma coisa era real, algo estava me deixando pensativa. Eu pensava que iria dar certo, mas tinha um palpite que não. Sexta, dia 10/7, procurei no site da U.P. informações... o que tenho a dizer... fiquei muito deprimida, vi que para o curso de economia, o qual eu estava inscrita, (já que o curso de Administração de Empresas é um curso de pós, então se faz Economia e Gestão) só tinham 8 vagas para América Latina, e o pior, com preferência para inscritos em outro tipo de programa, ou estudantes da área, que na realidade, a minha não é exatamente economia...
Para valer, foi a segunda vez que chorei. O Porto, estava ficando cada vez mais longe. Contudo, eu ainda tinha esperança que estivesse “lendo” as informações de forma equivocada. Mas já estava me preparando, mas eu tinha que parar de ser egoísta...
Segunda, dia 13/7, acordei pensando o que seria um dia bom, já que na noite passada, havia implorado uma ajudinha dos céus, para que eu tivesse essa semana, uma resposta. Seja ela qual fosse! Realmente, foi uma segunda bastante agradável, pude adiantar alguns papéis para o visto e recebi a última nota que faltava da UCS, um 4 em RH2. Terça, comecei o dia com mesmo pensamento, estava além de tudo feliz porque ia folgar sexta, quinta de tarde ia pra minha vó, campo, ar fresco, tranqüilidade, mas no meio da tarde, começou um angustia fora do normal, um “não sei o que” tão monstruoso que fez eu roer minhas unhas (de novo) de uma forma que fazia tempo que não fazia.
Na terça ainda, mandei um e-mail pro pessoal do Intercambio da UCS, perguntando, se “será que não está demorando porque pedi muitas matérias, e eles não podem aceitar... diga que não farei todas, é só pra ter mais opções...”. De noite nossos vizinhos jantaram aqui, foi muito agradável, conversei sobre a viagem, mas não deixava de colocar um “se” na frente de cada frase que se referia a minha viagem, na verdade o tempo inteiro foi assim. Na quarta de manhã, acordo com o telefone, dei um salto da cama. Era o Jeferson, tinha ido a POA, se informar sobre o visto, e iria ao aeroporto autenticar a carteira de vacinação, etc. Ele me ligou e falou que só estavam marcando o visto pra depois de 13/8, com mais aproximadamente 40 dias mais, só iríamos viajar final de Setembro, fiquei apreensiva já que nem sinal da minha carta.
Resolvi ligar para o consulado, agendar uma data, como se tivesse tudo certo, caso não desse, eu desmarcava. Acabei ligando e caiu num outro local, tentei novamente, e deu ocupado, achei que o número podia estar errado, então liguei para informações de Caxias, mas eles não tem dados de POA. Aí que eu fiz a ligação mais horrível da minha vida até hoje. Liguei para o escritório de intercâmbios, para confirmar o número do consulado. Quando comecei a explicar a idéia, a moça do outro lado da linha começou mais ou menos assim: “Elen, a gente recebeu teu e-mail, e na verdade a gente já tem uma resposta (essas alturas eu já sabia)... é infelizmente foi negativa...” o meu coração nunca bateu tão rápido e descompassado. Vi o quanto o ser humano não está preparado para receber um não, ainda mais quando é um não para um sonho, uma expectativa. Apenas consegui pedir porque, ela respondeu, era sobre as 8 vagas, muita gente recebeu não, eu fui uma dessas pessoas. Eu disse que já sabia. Disse com a maior das falsidades que pude encontrar: “é né, fazer o que... não deu não deu”. Desliguei.
Agora vem a realidade. Gritei. Gritei um “que meeeeerda” tão alto, que não sei como os vizinhos não vieram ver. Coisas voaram nas portas do guarda-roupa, tive vontade de rasgar todos os papéis que falavam do intercâmbio. Chorava. Chorava como se tivesse perdido um ente querido. Chorava de raiva. Senti muita raiva, porque deixar a gente esperando tanto tempo para dizer não. Fui tomar banho. Chorei mais, quebrei o cabo da minha escova de cabelo quando atirei ela no chão. Agradeci, afinal, eu tive uma reposta na semana que queria, e o melhor, estava em casa. E o tempo todo, a minha cachorrinha Luna, ficou ao meu lado, não podia dizer nada, mas colocava as suas patinhas da frente na minha perna e deitava sua cabaça na minha coxa... chorava de ver ela ali comigo...
Voltando a minha breve conversa por telefone, com a moça da UCS, no final da conversa, ela mencionou que se desejasse eu podia passar até 3 meses em Portugal como turista, sem visto, ou então, tentar outro intercambio, por outro meio. Enquanto tomava banho pensava... fui trabalhar. Peguei o ônibus, e fui em pé. Não sorri o tempo todo. Cheguei no serviço, pude dissimular bem, acessei meu e-mail, e li a tal resposta. Tinha de olhar para cima para não chorar de novo. O dia não rendeu nada, porém não perdi tempo, mandei e-mails pras 3 operadoras de intercambio que conhecia. Uma, acho que não entendeu muito bem o que eu escrevi, disse que não tinha nada para Portugal, mas eu já não queria mais ir pra lá, outra até agora não me respondeu nada, e uma delas, respondeu meu e-mail. Tinha três propostas a princípio, já para ir em Setembro, Espanha, sem “visto”, mas sem possibilidade de trabalho; Inglaterra, “sem” visto como estudante, sem trabalho, se quisesse o de trabalho, teria que ir até o Rio de Janeiro, e era bem mais difícil ou, a mais em alta, Dublin, na Irlanda, visto de seis meses com possibilidade de trabalho.
Em pouco tempo, já estava tudo “analisado” e “decidido”: eu iria para Dublin. Mas é claro, conversando com os mais próximos, conselhos sempre são repassados para se pensar bem, analisar com calma, ver se valia a pena perder um semestre de aula só pra dizer que eu fui e ponto. A minha cabeça doía como fazia tempo que não doía. Fui para a última aula de inglês. Era dia de prova, não sei como fiz toda ela, e ainda acho que fui bem, em talvez 20 minutos. Meu pai foi me buscar. Eu quase chorei, mas não chorei pra não deixar ele nervoso.
Vim pra casa, algumas palavras, e silêncio, palavras e silencio. Pegamos meu namorado na casa dele. E novamente, palavras e silêncio. Cheguei em casa, dei um abraço na minha mãe, e chorei. Ela chorou também. Todos estavam tristes. Daí eu disse à ela que eu não ia desistir, e ela disse que sabia disso. Conversei rapidamente com meu pai, minha mãe e meu namorado sobre as minhas idéias. Meu pai, disse que o que eu decidisse ele daria um jeito e assinava em baixo. Já minha mãe e meu namorado, disseram para eu pensar antes de tomar qualquer decisão. Eu, ainda chorei mais uma vez, junto com meu namorado.
Quinta acordei com uma estranha felicidade. Fui trabalhar, fiz o que tinha que fazer. Mandei mais uns e-mails. O dia rendeu. Deu 13h e comecei me arrumar para sair, íamos pegar a estrada. Conversamos muitos sobre as propostas. Fiquei de usar o final de semana para decidir. Chegando na minha vó, contei mais ou menos o que tinha acontecido. Minha madrinha lamentou muito. Na mesma noite fiz um balanço das idéias que tinha em mente: não ir, terminar o estágio, ficar mais um ano, e ir em seguida... mas pra onde seria? Portugal de novo? Não obrigado. Afinal, eu não teria proficiência suficiente em outro idioma, então me restava ali, ou África, que não me atrai tanto, não por nada, só não é bem o que queria. Poderia usar a idéia do Jeferson, para não perder o semestre inteiro, ir e fazer um curso menor de 3 meses, daria tempo de juntar mais dinheiro, e se eu gostasse, ficaria, mas isso, eu não sabia muito bem se dava, e com 3 meses só, não daria para ao menos tentar trabalhar. E ainda, ir agora em setembro, ficar lá 6 meses e tentar arrumar alguma coisa pra empatar os gastos, perderia o semestre, mas aprenderia outro idioma em bem menos tempo que fosse aqui no Brasil, e claro estaria um pouco mais perto do namorado.
A decisão era quase certa, ia ver quanto ao curso de 3 meses, se não valer a pena, pelo custo benefício, farei o de 6 meses, ambos saiam caro, mas tinha que fazer valer. Então, recebi o orçamento, de 4 meses... e vi que não valia a pena, o valor era muito pouco inferior, e a passagem diferença de aproximadamente R$ 200,00, então, não valia a pena.
Segunda, dia 20/7, o dia do Amigo, eu fui conversar e ver mais detalhes... encontrei, por acaso, o um homem que foi colega (indireto) de trabalho, o qual eu tinha ficado sabendo que o filho tinha a pouco voltado de Dublin. Seria um sinal? Já fui conversando com ele, e pedi se podia tirar duvidas e se o rapaz poderia me dar umas dicas (eu ainda não tinha decido), o colega foi muito atencioso, passou o telefone do filho e disse que avisaria que eu ligaria. Encontrei uma amiga, e já lhe adiantei os fatos. Fui até a operadora, conversei, tirei duvidas, e fiquei de decidir.
Vim para casa... conversei... e decidi, o que já estava decidido. Eu iria. Seis meses, num país que sei pouco (vou estudar é claro), falo somente frases prontas em sua língua, só com um conhecido (uma colega da UCS, que foi de novo agora em Junho, porque amou de paixão o país). Com a grana meio contada, numa ilha, a mais de 12h de vôo de casa, no hemisfério oposto, e muito mais coisas, que assuntam a muitos, mas a mim, me atrai!
Hoje quarta dia 22/7/2009, eu fui preencher alguns papéis, amanhã já irei com meu pai, fazer a transferência do dinheiro, torcendo para ol cambio ser mais favorável. Sabem, as vezes nos dizem, que quando não dá certo uma coisa, a gente não deve insistir, por que de certo não era pra ser. Faz sentido, mas não ligo muito, contudo, de qualquer forma, não insisti, não vou ir pra Portugal. Por outro lado, minha mãe logo disse, fecha-se uma porta, abre-se outra, quem sabe algo melhor não me espera? Medo de não ser como eu espero, embora TODOS dizem que é maravilhoso... não tenho. O ridículo é se acomodar. Bom ou ruim, poderá ser aqui, em Portugal, ou num hotel em Fernando de Noronha de graça, basta não estar fazendo o que se quer muito, e de coração.
Sinceramente, não acredito que será ruim. Poderei não ir a tantos lugares quanto queria... mas quem disse que eu quero parar? Ainda mais se gostar... Conviver com outras culturas, ter experiências novas, aprender e praticar outro idioma no dia-a-dia, conhecer lugares, histórias, estórias... e mais, sentir falta de quem se ama e dar mais valor ainda. Isso também é a prender!
Uns podem dizer que de nada vale, que é um dinheiro mal empregado, que não vai me agregar nenhum valor profissional, que eu poderia investir em outras coisas, embora eu ache que na parte de emprego, um inglês bem aprimorado é um bom diferencial... Enfim, poderão muitos dizer coisas que não me farão desanimar, tão pouco desistir... poderão falar que a minha família não estava pode podendo bancar isso... não quero provar nada pra ninguém, embora as vezes eu me sinta imensamente superior por ter essa oportunidade. O dinheiro se recupera, a oportunidade não. O saber não ocupa lugar... e mais, podem te deixar nu, podem te deixar sem nenhum um tostão no bolso, podem te tirar tudo, mas o teu saber: jamais.
E é por isso ser uma pena que muitos ainda andem com viseiras, e achem que não é tão importante assim a educação. É uma pena que ainda existam pessoas que não possam realizar seus sonhos, por que alguém, muitas vezes eleitos com a confiança delas, desviou a verba que iria para parte da realização desses sonhos... é uma pena, é triste mas é verdade. Lamentável, como possam ainda não deixar as pessoas ao menos, chegarem com seus barquinhos, no Porto de seus sonhos... mesmo assim, mesmo que pareça difícil, mesmo que pareça que não há outro caminho, mesmo que pareça que tudo conspira contra você... uma coisa eu afirmo: não ancore o seu barquinho esperando que alguém tire ele dali. Você mesmo vai ter que ir atráz do jeito de sair... e navegar!

Elen Concari de Aguiar, 22 de Julho de 2009. 23:35h